PF e MP prendem dois policiais civis e um empresário envolvidos em esquema de corrupção
Prisões fazem parte da Operação Augusta, que cumpre ainda nove mandados de busca e apreensão no estado de São Paulo
Bianka Santos
Thomaz Cunha
A Polícia Federal e o Ministério Público de São Paulo realizaram, nesta quarta-feira (25), uma operação contra um esquema de corrupção e vazamento de informações sigilosas dentro da Polícia Civil de São Paulo. Intitulada “Operação Augusta”, a ação prendeu preventivamente dois policiais civis e um empresário, além de cumprir nove mandados de busca e apreensão, sendo cinco na capital, três na região metropolitana e um na Praia Grande, no litoral paulista.
A operação é resultado de uma investigação realizada pela Polícia Federal em conjunto com o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO), do MPSP, com apoio da Polícia Militar do Estado e da Corregedoria da Polícia Civil.
+ Explosão em empresa de reciclagem deixa feridos e causa incêndio no ABC Paulista
De acordo com os agentes, os suspeitos atuavam para favorecer ilegalmente pessoas investigadas em inquéritos criminais, por meio de pagamentos irregulares. Entre os crimes investigados estão o arquivamento irregular de procedimentos policiais, o repasse clandestino de informações protegidas por sigilo e a intermediação ilícita e apresentação de documentos falsos para a restituição de bens apreendidos.
Um dos episódios investigados envolve a tentativa de restituição de um helicóptero modelo Augusta AW109 – fato que deu origem ao nome da operação – avaliado em alto valor, que havia sido foi bloqueado pela Justiça junto a outros bens e recursos que podem somar R$ 12 milhões.
Durante a operação, o empresário Roberval de Andrade e o policial civil Marcelo Marques de Souza, conhecido como "Bombom", foram presos em São Paulo. O outro policial civil, Sérgio Ricardo Ribeiro, foi preso na Praia Grande.
A aeronave foi apreendida, juntamente com armas e dinheiros encontrados pelos agentes.
+ PF inicia operação de combate a incêndios florestais em 2025: "Medidas preventivas e repressivas"


Caso Gritzbach
A ação desta quarta-feira é um desdobramento da Operação Tácitus, deflagrada em dezembro do ano passado, quando cinco policiais civis foram presos por suspeita de participação em um esquema de corrupção revelado pela delação do empresário Vinícius Gritzbach, assassinado no Aeroporto Internacional de São Paulo, em 8 de novembro de 2024. Naquela ocasião, o policial Marcelo Marques de Sousa já havia sido preso. Na ação de hoje, ele teve mais um mandado contra si.
+ PF indicia 14 e pede prisão preventiva de cinco policiais citados em delação de Gritzbach
Os investigados responderão por crimes como corrupção ativa e passiva, violação de sigilo funcional, quebra de sigilo bancário e advocacia administrativa. As penas podem ultrapassar 12 anos de prisão, a depender da conduta apurada.
*Sob supervisão