Megaoperação da Polícia Federal mira esquema de tráfico de drogas na fronteira com o Paraguai
Cerca de 160 agentes cumprem 27 mandados de prisão e 36 de busca e apreensão; alvos no país vizinho foram inseridos em sistema da Interpol
Felipe Moraes
Um esquema de tráfico de cocaína é alvo da megaoperação Pó de Serra, da Polícia Federal (PF), nesta terça-feira (12). Ao todo, cerca de 160 agentes cumprem 63 mandados judiciais, sendo 27 de prisão preventiva e 36 de busca e apreensão. Como alguns alvos estão no Paraguai, 11 das ordens de prisão foram inseridas no sistema de difusão vermelha ("red notice", em inglês) da Interpol. Até o começo da tarde, policiais prenderam 16 pessoas.
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Demais ações miram suspeitos em municípios do Mato Grosso do Sul (Amambai, Mundo Novo e Naviraí) e Paraná (Guaíra, Maringá, Rolândia e Umuarama). Mandados foram expedidos pela 1ª Vara Federal de Guaíra (PR).
Como esquema funcionava
A investigação começou após prisão em flagrante de um casal transportando 53 kg de cocaína em Guaíra, no final de 2023. Suspeitos tinham Umuarama como destino. Na apuração, policiais conseguiram vincular 11 flagrantes de tráfico de drogas à atuação dessa organização criminosa.
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No total, agentes apreenderam quase 1 tonelada de cocaína. Mas a estimativa é de que, desde 2020, grupo tenha transportado mais de 20 toneladas.
O esquema funcionava da seguinte forma: motoristas carregavam cocaína em Pedro Juan Caballero e desciam para a região de Katueté, no Paraguai, usando uma rodovia brasileira que corta as cidades de Amambai, Tacuru e Sete Quedas, no MS.
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Uma vez no Paraguai, criminosos decidiam se retornavam ao Brasil por Guaíra ou Foz do Iguaçu, no PR. O destino da droga incluía cidades do Paraná, como a capital Curitiba, Maringá e Umuarama, além de municípios de Santa Catarina, a exemplo de Balneário Camboriú, Itajaí e Joinville.
Para transportar a droga, a organização criminosa simulava casais usando homens e mulheres. "Com a finalidade de dissimular o real motivo da viagem em caso de abordagens policiais ocorridas no trajeto", explicou a PF, em nota.
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Na operação de hoje, a Justiça também determinou sequestro de bens e imóveis, além do bloqueio de contas de 31 investigados. O valor chega a R$ 389 milhões.
Suspeitos podem responder por tráfico internacional de drogas, associação para o tráfico e participação em organização criminosa. Penas, somadas, podem ultrapassar 55 anos de prisão.
*Texto atualizado às 12h08