Matador de 'Zezinho do Ouro' é preso em Uberlândia (MG)
Pistoleiro Leonardo Ferreira Silva foi flagrado por câmeras de segurança cometendo o crime; Zezinho do Ouro também tinha longa ficha policial
Fabio Diamante
Robinson Cerantula
Leonardo Ferreira Silva foi preso em uma ação conjunta das polícias de São Paulo e de Minas Gerais, na cidade de Uberlândia. Pistoleiro confesso, ele admitiu ter matado José Gonzaga Moreira, conhecido como Zezinho do Ouro, em 7 de novembro do ano passado, na capital paulista.
Zezinho do Ouro era um ex-informante da polícia, o chamado ‘Ganso’. Nos anos 1990, ele fez uma série de denúncias contra policiais civis de São Paulo, o que gerou uma crise na segurança pública e levou à prisão de delegados e investigadores. Trinta anos depois, as principais acusações feitas por ele não foram comprovadas pela Justiça.
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“Eu levei os policiais, só que não puderam fazer nada porque já estava acostumado a tomar dinheiro deles”, disse Zezinho em uma das muitas entrevistas à época.
Zezinho também tinha uma longa ficha criminal. No momento em que foi assassinado, ele respondia a 43 inquéritos e 49 processos por crimes como roubo, estelionato e grilagem de terras. A polícia já prendeu o matador, mas ainda investiga quem foi o mandante do crime e o motivo do assassinato.
Pistoleiro filmado
Imagens de câmeras de segurança gravaram o pistoleiro Leonardo entrando no prédio onde Zezinho morava, na zona norte de São Paulo. Foi o próprio ex-informante quem autorizou a entrada dele.
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Os dois aparecem juntos no elevador. Leonardo se apresentou como alguém interessado em denunciar um caso de abuso sexual ocorrido em Correntes, Pernambuco, cidade natal de Zezinho. O ex-informante mantinha um canal no YouTube, onde fazia denúncias contra autoridades locais.
“Ele recebe esse menino para dar uma entrevista pra ele, só que ele se recusa a mostrar o rosto. Então a gente tinha a voz, mais ou menos o corpo do cara, a mão… O Zezinho sai com ele, quando o Zezinho vira, ele faz os disparos. Em seguida ele já vai para a rodoviária e de lá ele vai para Uberlândia”, disse a delegada Ivalda Aleixo, diretora do Departamento de Homicídios de SP.
Leonardo contou à polícia que foi contratado por um intermediário para cometer o assassinato e que receberia R$ 50 mil pelo serviço. No entanto, afirmou ter recebido apenas R$ 10 mil e já planejava ir atrás do mandante para cobrar o restante.
“Recebeu 5 mil em dinheiro, 5 mil em pix. Agora a gente precisa investigar. E ele tava bem bravo porque estava faltando 40 mil”, comentou a delegada.
Leonardo também era procurado por outro assassinato em Uberlândia. Confessou ter cometido crimes em São Paulo, Minas Gerais e Pernambuco. Em sua casa, foram encontrados armas, munição, cocaína e maconha.