Polícia

Latrocínios assustam moradores na Grande São Paulo

Casos recentes de roubos seguidos de morte reacendem alerta para onda de crimes

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Os latrocínios — roubos seguidos de morte — têm preocupado moradores da Grande São Paulo. No caso mais recente, uma veterinária foi baleada na perna por causa de um celular.

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Imagens mostram a vítima correndo assustada, por volta das 9h da noite, mas é alcançada pelo criminoso que chega de moto. Ele exige os objetos pessoais, mas ela tenta escapar e cai, derrubando o celular.

Na sequência, o ladrão desce para pegar o aparelho. A mulher volta e começa a lutar com o bandido, que dispara. A vítima leva ainda uma coronhada na cabeça e cai novamente. O criminoso atira mais duas vezes.

O crime foi em Santo André, no ABC Paulista. Baleada na perna, a mulher foi socorrida, sobreviveu e já está em casa. Na manhã seguinte, ela conversou com a repórter Juliana Tourinho.

“Na hora que eu estava descendo a rua, eu vi que ele estava reduzindo a velocidade e eu vi que ia acontecer alguma coisa... Ele desceu da moto, tentou pegar o celular, mas naquele momento quando eu vi aquela cena eu não aceitei. Falei: ‘Não, ele não vai levar o que é meu, é muito difícil de conseguir as coisas’. E eu pensei muito rápido, fui em direção a ele, comecei a puxar o braço dele, falando para ele devolver o meu celular. Foi quando ele disparou na minha coxa e alguns disparos para cima também pra tentar me assustar... Ele subiu na moto e foi embora. E nesse meio tempo eu consegui também sair correndo em direção à minha casa, onde, graças a Deus, eu fui socorrida”, contou.

No mesmo dia, em Diadema, na região metropolitana, José Maria Leopoldino também foi vítima de um assalto enquanto caminhava em direção ao carro. O criminoso tentou roubar a corrente que ele usava no pescoço. O idoso, de 74 anos, reagiu e foi morto com um tiro no peito. O corpo de José Maria foi enterrado nesta quarta-feira (26).

No começo do mês, Isaias dos Santos da Silva, de 23 anos, foi preso na Bahia suspeito de participar do roubo que terminou com a morte da jovem Beatriz Munhos, de 20 anos. Ela, o pai e o namorado foram a um ponto de encontro na zona leste da capital paulista para vender um drone. Eles caíram em uma armadilha. Na tentativa de impedir o roubo, Beatriz jogou spray de pimenta contra um dos ladrões e foi baleada. Ela morreu na hora.

Dados sobre latrocínio

O Brasil registrou no ano passado 965 latrocínios, segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública. O número é um pouco menor do que as notificações de 2023, que somaram 1.002 casos, queda de 3,8%.

Solucionar os roubos seguidos de morte ainda é um grande desafio para as autoridades. Segundo especialistas, a investigação de latrocínio é mais difícil do que a de homicídio doloso, porque, neste último, normalmente existe algum tipo de relação entre a vítima e o agressor.

No latrocínio, porém, é um crime de oportunidade que, muitas vezes, acontece em poucos segundos e geralmente não tem testemunhas — o que dificulta a coleta de provas. Esse tipo de crime é considerado hediondo, e a pena deve ser cumprida em regime fechado.

A pena para latrocínio vai de 20 a 30 anos, uma das mais altas previstas no Código Penal. Mas, infelizmente, nem essa punição tem inibido a ação dos criminosos.

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