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Polícia

Justiça de SP manda a júri popular PM que matou homem em mercado

Para juíza, versão de legítima defesa não se sustenta diante das provas

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A Justiça de São Paulo determinou que o policial militar Vinícius de Lima Britto, acusado de matar Gabriel Renan da Silva a tiros em novembro de 2024, em um supermercado na zona sul da capital, seja julgado pelo Tribunal do Júri.

Para a juíza Michelle Porto de Medeiros Cunha Carreiro, da 5ª Vara do Júri, a investigação conduzida até aqui não deixa dúvidas sobre a dinâmica do crime. Britto, que está preso desde dezembro do ano passado, continuará detido no presídio Romão Gomes, à disposição da Justiça.

As imagens de segurança mostram que Gabriel havia acabado de furtar produtos de limpeza quando escorregou ao tentar fugir. Foi nesse momento que o policial atirou contra ele, atingindo-o pelas costas.

A defesa de Britto alegou que ele agiu em legítima defesa, mas a juíza rejeitou essa versão, apontando que as gravações contradizem o relato do réu. O depoimento de uma testemunha reforçou essa conclusão: segundo ela, o policial não deu voz de parada nem se identificou antes de abrir fogo.

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Onze disparos

O laudo pericial confirmou que Britto efetuou 11 disparos contra a vítima, atingindo-a várias vezes, inclusive enquanto tentava fugir. Para a magistrada, a quantidade de tiros e a desproporção entre o furto e a reação do policial indicam um possível excesso doloso, impedindo a absolvição sumária. As qualificadoras foram mantidas e serão analisadas pelo júri.

A juíza também decidiu manter a prisão preventiva do PM, citando não apenas a gravidade do crime, mas também o relato de uma testemunha que teria sido intimidada a ponto de mentir em um primeiro depoimento.

Ainda não há data para a realização do julgamento.

Defesa

Por nota, os advogados Carolina Marques Mendes e Victor Henriques Cury Savoy, que defendem o policial, disseram que a juíza do caso "demonstrou parcialidade, acatando qualificadoras totalmente descabidas e mencionou em sentença quantidade maior de disparos do que o já fora comprovada, bem como menciona que a vítima foi alvejada pelas costas, sendo que os laudos periciais comprovam que um dos disparos atingiu em diagonal".

Disseram ainda que após entrarem com um habeas corpus no Superior Tribunal de Justiça (STJ) estão aguardando o julgamento para proceder a sustentação oral.

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