Italiano foragido por tráfico internacional de drogas é preso em praia dos famosos de SC
Ligado a máfia, homem vivia em mansão de Balneário Camboriú e integrava lista dos mais procurados da Interpol
Ricardo Brandt
Um italiano de 43 anos foi preso em uma mansão em condomínio de luxo em Camboriú (SC), ao lado da praia de Balneário Camboriú (SC), na manhã desta quarta-feira (26), pela Polícia Federal. Condenado na Itália por ligação com a máfia e o tráfico internacional de drogas, ele foi alvo da Operação Toppare, deflagrada pela PF.
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Procurado mundialmente pelos crimes na Itália, ele foi preso no Brasil acusado de lavagem de dinheiro do crime. Mais de R$ 35 milhões em bens do acusado foram alvos de sequestro e buscas e apreensões, realizadas em Balneário Camboriú e em Itajaí (SC), onde fica o porto, com ligação a vários países.
"Estamos trabalhando arduamente para combater crimes de lavagem de dinheiro nessa região" afirmou a superintendente da PF de Santa Catarina, delegada Aletea Vega Marona Kunde.
"Em razão do mercado propício que há na região, criminosos aproveitam e vêm fazer a lavagem do dinheiro aqui, o branqueamento dos bens adquiridos com os crimes. No último ano, estamos focando no combate a essa prática."
O italiano tinha o nome na Difusão Vermelha, lista de procurados da Interpol, pelos crimes na Itália, onde foi condenado por associação criminosa e tráfico transnacional de drogas, segundo a PF.
Entre os bens, foram apreendidos carros de luxo, joias, relógios e pacotes de dinheiro vivo. "Foi constatado, ainda, que o fugitivo internacional possui expressivo patrimônio sem origem legal, como imóveis, veículos de luxo e embarcações", informou a PF.
Foragido internacional
Além das buscas e apreensões dos bens, a PF cumpriu o mandado de prisão internacional, da Justiça da Itália, confirmado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
O italiano, preso na Delegacia da PF em Itajaí, será encaminhado ao sistema prisional federal e deve aguardar extradição para a Itália.
O Brasil e a América Latina são destinos de fuga de mafiosos italianos e outros criminosos mundiais. Além de fugir das autoridades, eles buscam o país para os negócios do tráfico de drogas.
Em 2021, um dos barões do tráfico de cocaína para a Europa foi preso na Paraíba, pela PF e pela polícia da Itália (os carabinieres), em um resort de luxo. Rocco Morabito, um dos chefões da Ndrangheta, a temida máfia da Calábria, vivia há 30 anos no Brasil e no Uruguai.
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Morabito foi extraditado para a Itália, em 2022. Com ele, foi preso outro mafioso, Vincenzo Pasquino, que consegui no STF adiar sua volta ao país de origem para responder pelos crimes. Pasquino foi extraditado em março deste ano.