Henrique Fortes: quem é o homem que estuprou, gravou, chantageou e exibiu ação para mãe da vítima
Nas redes, ele estimula ódio e desprezo por mulheres, chegando a afirmar que 99% seriam “exterminadas”
Edilberto Henrique Fortes, o homem investigado por estuprar, gravar, chantagear e mostrar filmagens a mãe da vítima, foi preso pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF).
De acordo com a investigação, o crime ocorreu em fevereiro deste ano na cidade do Núcleo Bandeirante, no Distrito Federal. Investigações descobriram que o autor, morador de Uberlândia (MG), elaborou um “meticuloso plano para concretizar” a barbárie. Em 19 de fevereiro deste ano, ele havia sido preso por injúria racial contra duas mulheres, mas foi solto dois dias depois.
A jornalista Ana Lídia Araújo do SBT Brasília da mais detalhes do caso:
Nas redes sociais, Edilberto Henrique Fortes estimulava o ódio e desprezo por mulheres, chegando a afirmar que 99% seriam “exterminadas” e “48% são impuras e não servem nem para uma conversa aleatória”.
Linha do tempo
No dia 13 de fevereiro, segundo documento da PCDF, Henrique Fortes (como se apresenta na internet) teria convidado a vítima para jantar, buscando-a em sua residência. Na ocasião estava acompanhado por uma “adolescente que foi apresentada como sendo sua funcionária”. Alegando a necessidade de deixá-la no hotel onde estavam hospedados, persuadiu a vítima a acompanhá-lo. Lá, ela foi agredida, despida, violentada e filmada.
A menor de idade presenciou a violência. O SBT News entrou em contato com a delegacia solicitando maiores esclarecimentos quanto a sua participação na trama, mas não obteve resposta.
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Mãe da vítima: Como conta a 11ª Delegacia de Polícia do Núcleo Bandeirantes, no dia 26 de fevereiro, 13 dias após o ocorrido, Edilberto teria se aproximado da genitora apresentando-se como “namorado” da filha. Ao obter seu número de telefone, passou a lhe enviar as gravações do estupro.
Prisão preventiva: Diante do ocorrido e da somatória dos crimes graves, nas primeiras horas do dia 28 de março, na cidade mineira, foi deflagrada a operação Predador. “Diante dos crimes praticados, o autor pode pegar pena de até 20 anos de reclusão”, consta o relatado pelo delegado responsável.
Comportamento “redpilado”
Nas redes sociais, Henrique Fortes demonstrava um comportamento típico de comunidades masculinas como Redpill, Incel (aglutinação das palavras inglesas involuntary celibates, ou "celibatários involuntários") e MGTOW (sigla para a expressão em inglês "Men Going their Own Way", ou "homens seguindo seu próprio caminho"), que pregam superioridade e ódio às mulheres na internet.
O termo “redpill”: é uma referência direta ao filme “Matrix” (1999, Lana e Lilly Wachowski), onde o personagem de Keanu Reeves, Neo, precisa escolher entre uma pílula vermelha (em inglês, red pill), que o dará consciência da verdade do mundo, ou outra azul, onde permaneceria em uma ilusão.
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Em grupos espalhados pelo mundo digital, essa ideia serve como justificativa para o discurso de que mulheres são vilãs, ou como diz o acusado “cobras interesseiras”. Onde estes homens, munidos com falas machistas e incentivadores de ódio e violência, são sábios e revelam a verdade.