Brasil

Rotas de fuga após megaoperação no Rio podem levar criminosos ao Espírito Santo

Governo capixaba reforçou patrulhamento e monitoramento aéreo para impedir que criminosos encontrem refúgio na região

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Depois de uma das maiores operações policiais da história do Rio de Janeiro, que terminou com 121 mortos, autoridades investigam por onde criminosos conseguiram escapar do cerco policial. Segundo informações obtidas pelo telejornal Primeiro Impacto, do SBT, rotas de fuga que ligam o Rio ao Espírito Santo podem ter sido utilizadas pelos criminosos.

As investigações apontam para possíveis rotas estratégicas pela BR-101, passando por cidades localizadas na divisa, como Presidente Kennedy, Mimoso do Sul e Apiacá.

Os grupos criminosos costumam se movimentar com estrutura e apoio logístico. O Espírito Santo já registra a presença de facções atuantes, como o Primeiro Comando de Vitória (PCV), formado por dissidentes do Comando Vermelho.

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Governo do ES monta plano de contenção

Diante do risco, o governo do Espírito Santo montou um plano de contenção para impedir que o crime organizado encontre refúgio no estado. A estratégia envolve reforço no patrulhamento das rodovias, monitoramento aéreo e integração entre as polícias dos dois estados.

“Estamos intensificando a integração com as forças de segurança do Rio de Janeiro, de modo a fazer um trabalho de inteligência e empregar toda a nossa força tática. (...) Se algum bandido vier buscar abrigo no Espírito Santo, por certo ele será alcançado”, afirmou o vice-governador Ricardo Ferraço.

Há receio de que a chegada de novos criminosos provoque uma reorganização do poder entre grupos rivais, reacendendo a disputa por território nas periferias e no interior capixaba.

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Operação Contenção

A megaoperação das forças de segurança do Estado do Rio de Janeiro foi deflagrada na última terça-feira (28) nos complexos da Penha e do Alemão. A ação, parte da chamada Operação Contenção, foi justificada pela necessidade de desarticular lideranças do Comando Vermelho. Cerca de 2.500 policiais civis e militares cumpriram mandados de prisão e busca. Foram presos 113 suspeitos, e 118 armas apreendidas.

As equipes encontraram resistência armada intensa: houve relatos de troca de tiros, uso de barricadas incendiadas em vias expressas e ataques com drones por parte de criminosos, com o objetivo de atrasar o avanço policial.

O secretário da Polícia Militar, coronel Marcelo de Menezes, explicou que as forças de segurança criaram o chamado "Muro do Bope", com agentes avançando pela Serra da Misericórdia para cercar os criminosos e empurrá-los em direção à mata, onde equipes do Batalhão de Operações Especiais já estavam posicionadas.

Na manhã seguinte à operação, moradores encontraram cerca de 70 corpos na área de mata da Vacaria, na Serra da Misericórdia. Eles foram levados para a Praça São Lucas, na Estrada José Rucas.

Entres os mortos na operação, estão quatro policiais: Cleiton Serafim Gonçalves e Heber Carvalho da Fonseca, do Bope, e Rodrigo Cabral e Marcus Vinícius Cardoso, policiais civis.

Essa foi a ação policial mais letal da história do país, ultrapassando o Massacre do Carandiru (1992). Apesar disso, o governador Cláudio Castro (PL) classificou a ação como um "sucesso" e disse que as únicas "vítimas" foram os quatro policiais mortos.

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