Gleisi diz que governadores de direita querem colocar Brasil “no radar do intervencionismo” dos EUA
Ministra das Relações Institucionais afirma que chefes do Executivo estadual “investem na divisão política”


Jessica Cardoso
A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, criticou nesta sexta-feira (31) os governadores de direita que se uniram em apoio ao governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), após a megaoperação policial nos complexos do Alemão e da Penha, na terça-feira (28).
Em publicação no X, Gleisi afirmou que o grupo “investe na divisão política” e tenta “colocar o Brasil no radar do intervencionismo militar de Donald Trump na América Latina” em vez de “somar forças no combate ao crime organizado, como propõe a PEC da Segurança enviada pelo presidente Lula ao Congresso”.
“Não conseguem esconder seu desejo de entregar o país ao estrangeiro, do mesmo jeito que Eduardo Bolsonaro e sua família de traidores da pátria fizeram com as tarifas e a Magnitsky. Segurança pública é uma questão muito importante, que não pode ser tratada com leviandade e objetivos eleitoreiros. Combater o crime exige inteligência, planejamento e soma de esforços”, declarou a ministra.
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Na quinta-feira (30), Cláudio Castro anunciou a criação de um “Consórcio da Paz” após reunião com governadores de direita. Participaram do encontro:
- Ronaldo Caiado (União), de Goiás;
- Romeu Zema (Novo), de Minas Gerais;
- Jorginho Mello (PL), de Santa Catarina;
- Eduardo Riedel (PP), de Mato Grosso do Sul;
- Tarcísio de Freitas (Republicanos), de São Paulo; e
- Celina Leão (PP), vice-governadora do Distrito Federal.
Segundo Castro, o consórcio pretende integrar ações de segurança pública entre os estados, com foco em “contingência e inteligência”. O governador afirmou que o modelo deve seguir o de outros consórcios regionais já existentes, mas não detalhou como funcionará na prática.
O governador de Goiás, Ronaldo Caiado, aproveitou o evento para criticar a PEC da Segurança Pública enviada pelo governo federal ao Congresso em abril. Ele disse que a proposta busca “tirar dos governadores as diretrizes gerais da segurança pública” e “transferir aquilo para o Ministério da Justiça”.
A proposta busca ampliar a integração entre União, estados e municípios no combate ao crime e na formulação de políticas de segurança. O texto também propõe a inclusão do Sistema Único de Segurança Pública (Susp) na Constituição, elevando seu status de lei ordinária para norma constitucional.
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