Polícia

Gari morto em BH: julgamento de empresário começa nesta terça-feira (25)

Laudemir Fernandes foi assassinado com um tiro enquanto trabalhava; réu Renê Nogueira confessou o crime e passa pela primeira audiência

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Renê da Silva Nogueira (à esquerda) é acusado de matar a tiros Laudemir Fernandes (à direita) | Reprodução
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A Justiça de Minas Gerais realiza nesta terça-feira (25) a primeira audiência do caso que apura a morte do gari Laudemir Fernandes, de 44 anos, em Belo Horizonte.

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Ele foi assassinado com um tiro em agosto deste ano enquanto trabalhava na coleta de lixo no Bairro Vista Alegre. O autor do disparo, o empresário Renê da Silva Nogueira Júnior, de 47 anos, confessou o crime.

Renê responde por homicídio triplamente qualificado, segundo denúncia apresentada pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG). As acusações incluem motivo torpe (recurso que dificultou a defesa da vítima) e perigo comum.

Já a esposa do réu, a delegada Ana Paula Lamego Balbino Nogueira, foi indiciada por prevaricação, por supostamente saber do crime e não agir, e por porte ilegal de arma de fogo, por ter supostamente cedido ao marido sua arma pessoal.

Na audiência desta terça serão ouvidas oito testemunhas de acusação. Na quarta-feira (26), será a vez de seis testemunhas de defesa prestarem depoimento. A expectativa é que o Renê também seja interrogado pelo Judiciário.

Outro ponto que chamou atenção no processo foi a anexação, pela defesa de Renê, de diplomas e certificados que supostamente indicariam formação acadêmica em instituições como Estácio de Sá, USP, Fundação Dom Cabral, Harvard Business Brasil e Ambev.

Todas essas entidades, no entanto, já negaram qualquer vínculo com o empresário.

Relembre o caso

O gari Laudemir Fernandes, de 44 anos, foi morto a tiros após uma discussão de trânsito em 11 de agosto, no bairro Vila da Serra, em Nova Lima, na Grande BH. O suspeito é o empresário Renê da Silva Nogueira Júnior, de 47 anos.

Segundo o boletim de ocorrência, Laudemir e outros garis recolhiam lixo quando a motorista do caminhão encostou o veículo para dar passagem ao carro do empresário. Renê teria abaixado o vidro e ameaçado matar caso alguém encostasse em seu carro.

Os trabalhadores pediram calma e sugeriram que ele seguisse viagem. O suspeito, porém, desceu do carro alterado e disparou contra o grupo.

O gari Tiago Rodrigues, que presenciou o crime, afirmou que Renê agiu com frieza. "Assim que atirou, ele entrou no carro como se nada tivesse acontecido e foi embora", disse. Tiago tentou socorrer o colega, mas Laudemir não resistiu.

Renê foi localizado após informações de uma testemunha, que lembrou parte da placa do carro dele, e pela análise de câmeras de segurança.

A polícia apresentou uma foto do empresário, que foi reconhecido e apontado como o responsável pelo ataque. Apesar disso, ele negou ter cometido o crime quando foi preso, no estacionamento de uma academia.

Em 15 de agosto, a Polícia Civil informou que a arma usada para matar Laudemir pertencia à esposa dele.

A compatibilidade foi confirmada pela perícia de microbalística, que analisou duas munições – uma usada e outra intacta – deixadas no local do crime.

Desde então, Ana Paula é investigada pela Corregedoria da Polícia Civil de MG, que apura possíveis desvios de conduta da servidora.

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