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Empresário suspeito de matar gari em BH diz que crime foi acidente

Preso desde o dia do assassinato, Renê da Silva Nogueira Júnior admitiu ser o autor do disparo que tirou a vida de Laudemir de Souza Fernandes

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Empresário: “O que aconteceu foi um acidente com a vítima” - Divulgação | Polícia Civil
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O empresário Renê da Silva Nogueira Júnior, que admitiu ser o autor do disparo que matou o gari Laudemir de Souza Fernandes, em Minas Gerais, chamou o crime de “acidente” em uma carta enviada ao seu antigo advogado.

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O documento foi entregue nesta segunda-feira (26) ao advogado Dracon Luiz Cavalcante Lima, que defendia o suspeito até a semana passada. No texto, Renê afirma que houve um mal-entendido com a mudança de advogados e pede para que tanto Dracon, em Minas Gerais, quanto o novo criminalista, Bruno Silva Rodrigues, do Rio de Janeiro, participem de sua defesa.

A forma como o acusado se refere ao homicídio chamou a atenção dos investigadores. “O que aconteceu foi um acidente com a vítima”, escreveu ele.

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Em depoimento, Renê afirmou que utilizou uma arma particular pertencente à sua esposa, delegada da Polícia Civil de Minas Gerais. Ele afirma que ela não tinha conhecimento de que ele havia se apoderado do armamento.

O empresário foi indiciado por homicídio duplamente qualificado, porte ilegal de arma e ameaça. Ele está preso desde o dia do crime e aguarda a finalização do inquérito policial.

Negou crime no primeiro depoimento

No primeiro depoimento, o empresário havia negado o crime e alegado uso de medicamentos controlados. Renê relatou sua rotina no dia do crime, afirmando que saiu do trabalho e foi para casa. Em seguida, passeou com os cachorros e depois foi direto para a academia. Em nenhum momento citou ter passado pela rua onde o crime ocorreu.

Imagens de câmeras de segurança flagraram Renê atirando contra Laudemir e guardando a arma usada no crime.

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Relembre caso

O gari Laudemir de Souza Fernandes, de 44 anos, foi morto a tiros após uma discussão de trânsito no dia 11 de agosto, no Bairro Vila da Serra, em Nova Lima, na Grande BH. O suspeito é o empresário Renê da Silva Nogueira Júnior, de 47 anos.

Segundo o boletim de ocorrência, Laudemir e outros garis recolhiam lixo quando a motorista do caminhão encostou o veículo para dar passagem ao carro do empresário. Renê teria abaixado o vidro e ameaçado matar caso alguém encostasse em seu carro. Os trabalhadores pediram calma e sugeriram que ele seguisse viagem. O suspeito, porém, desceu do carro alterado e disparou contra o grupo.

O gari Tiago Rodrigues, que presenciou o crime, afirmou que Renê agiu com frieza. "Assim que atirou, ele entrou no carro como se nada tivesse acontecido e foi embora", disse. Tiago tentou socorrer o colega, mas Laudemir não resistiu.

Renê foi localizado por meio de informações de uma testemunha, que lembrou parte da placa do carro dele, e pela análise de câmeras de segurança. A polícia apresentou uma foto do empresário, que foi reconhecido e apontado como o responsável pelo ataque. Apesar disso, ele negou ter cometido o crime quando foi preso, no estacionamento de uma academia.

Na sexta (15), a Polícia Civil informou que a arma usada para matar Laudemir pertencia à esposa do principal suspeito, a delegada Ana Paula Balbino Nogueira.

A compatibilidade foi confirmada pela perícia de microbalística, que analisou duas munições – uma usada e outra intacta – deixadas no local do crime. Desde então, Ana Paula é investigada pela Corregedoria da Polícia Civil de MG, que apura possíveis desvios de conduta da servidora.

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