Advogados que defendiam empresário suspeito de matar gari deixam o caso
Decisão acontece após a divulgação de imagens de câmeras de segurança, que flagraram Renê guardando a arma usada no crime
SBT News
com informações do Estado de Minas
Os advogados Leonardo Guimarães Salles, Leandro Guimarães Salles e Henrique Viana Pereira, que defendiam o empresário Renê da Silva Nogueira, suspeito de matar um gari em Minas Gerais, deixaram o caso nesta segunda-feira (18).
A decisão acontece após a divulgação de imagens de câmeras de segurança, que flagraram Renê guardando a arma usada no crime.
Os advogados informam que o investigado foi notificado e irá apresentar nova defesa. Ao Estado de Minas Henrique Viana Pereira afirmou que o motivo seria "foro íntimo", ou seja, não declarado na petição.
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O caso
O gari Laudemir de Souza Fernandes, de 44 anos, foi morto a tiros após uma discussão de trânsito no último dia 11, no Bairro Vila da Serra, em Nova Lima, na Grande BH. O suspeito é o empresário Renê da Silva Nogueira Júnior, de 47 anos.
Segundo o boletim de ocorrência, Laudemir e outros garis recolhiam lixo quando a motorista do caminhão encostou o veículo para dar passagem ao carro do empresário. Renê teria abaixado o vidro e ameaçado matar caso alguém encostasse em seu carro. Os trabalhadores pediram calma e sugeriram que ele seguisse viagem. O suspeito, porém, desceu do carro alterado e disparou contra o grupo.
O gari Tiago Rodrigues, que presenciou o crime, afirmou que Renê agiu com frieza. “Assim que atirou, ele entrou no carro como se nada tivesse acontecido e foi embora”, disse. Tiago tentou socorrer o colega, mas Laudemir não resistiu.
Renê foi localizado por meio de informações de uma testemunha, que lembrou de parte da placa do carro dele e pela consulta de câmeras de segurança. A polícia apresentou uma foto do empresário, que foi reconhecido e apontado como o responsável pelo ataque. Apesar disso, ele negou que tivesse cometido o crime quando foi preso, no estacionamento de uma academia.
Na sexta-feira (15), a PCMG informou que a arma usada para matar Laudemir pertence à esposa do principal suspeito, a delegada da corporação Ana Paula Balbino Nogueira.
A compatibilidade foi confirmada pela perícia de microbalística, que analisou duas munições — uma usada e outra intacta — deixadas no local do crime. Desde então, Ana Paula é investigada pela Corregedoria da PCMG, que apura possíveis desvios de conduta da servidora.