Polícia

Especialista alerta para riscos em casa após operação que mirou clonagem de controles de portão

Aparelhos como o Flipper Zero estão sendo usados para clonar controles de portões e facilitar invasões em condomínios e residências

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A clonagem de controles remotos de portões eletrônicos tem sido uma das principais ferramentas usadas por quadrilhas especializadas em invasões a residências e condomínios. O alerta ficou em evidência após uma operação da Polícia Civil prender na terça-feira (18) três suspeitos em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, acusados de envolvimento em roubos milionários.

O grupo utilizava um dispositivo chamado Flipper Zero, equipamento de uso originalmente técnico, mas que pode ser facilmente reprogramado para fins criminosos. Com ele, é possível capturar e replicar sinais de radiofrequência, abrindo portões eletrônicos como se fosse um controle legítimo.

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Marcos Suzuki, especialista em segurança eletrônica, destaca que muitos moradores ainda subestimam os riscos. “Um dos pontos principais é manter o controle sempre com você, e nunca deixá-lo dentro do carro ou em locais de fácil acesso”, orienta.

A situação preocupa ainda mais diante do número crescente de casos. Mesmo com investimentos em portarias automáticas e sistemas de monitoramento, criminosos têm conseguido driblar a tecnologia. Em algumas ocorrências recentes, suspeitos se passaram por moradores ou utilizaram adolescentes para não levantar suspeitas na entrada de prédios.

Para evitar que o controle seja clonado, Suzuki recomenda observar falhas incomuns no funcionamento do portão, trocar o código do controle periodicamente, se o sistema permitir, e nunca compartilhar o equipamento com terceiros. “O controle é como a chave da sua casa.”

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O uso do Flipper Zero no Brasil é proibido pela Anatel, justamente pelo seu “potencial lesivo”. A agência vetou a comercialização, importação e uso do equipamento, que pode clonar, além de controles de portão, chaves de carro e crachás de acesso.

A operação que levou à prisão dos suspeitos foi conduzida pela Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) de Ribeirão Preto, após uma vítima reconhecer as joias roubadas sendo vendidas em um programa de TV. Dois homens foram presos na capital paulista, um no Guarujá, e uma mulher, técnica de enfermagem, foi detida em Ribeirão. A investigação ainda tenta identificar outros integrantes da quadrilha, que pode estar ligada a outras invasões na região.

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