Dor e clamor por justiça marcam funeral de aluna da USP assassinada em SP
Bruna Oliveira da Silva foi encontrada morta na zona leste da capital; polícia investiga o caso e procura por autor do crime

Rodrigo Garavini
Amparada por familiares e segurando uma flor, Simone Oliveira se despediu da filha Bruna Oliveira da Silva, de 28 anos, neste sábado (19), no Cemitério Vila Carmosina, na zona leste de São Paulo. Comovida, ela pediu justiça diante do assassinato brutal da jovem estudante.
"Tiraram a vida da minha filha. De uma sonhadora, de uma menina boa, que nunca fez mal pra ninguém. Eu só quero justiça. Isso não vai tirar a minha dor, mas vai mostrar que pelo menos pegaram quem fez isso com ela", disse Simone, em meio a lágrimas.
Amigos, parentes e colegas acompanharam o cortejo em silêncio e prestaram as últimas homenagens à estudante. A despedida foi marcada por aplausos, num gesto de solidariedade à dor da família e de homenagem à jovem.
Bruna cursava mestrado na USP em Mudança Social e Participação Política, era feminista, defensora dos direitos das mulheres e mãe de um menino de sete anos.
"Minha filha era um anjo. Nunca deu trabalho. Toda vez que via um animal abandonado na rua, pedia pra gente parar e levar pra casa. Esse era o coração dela", contou o pai, Florisvaldo Araújo de Oliveira.
Bruna desapareceu na noite de domingo (13) após sair da casa do namorado, na zona oeste. Ela pegou o metrô até a estação Corinthians-Itaquera e, por volta das 22h20, ligou para a mãe informando que havia perdido o ônibus. Simone chegou a transferir dinheiro para que a filha chamasse um carro de aplicativo, mas Bruna não completou a corrida.
O corpo foi encontrado na quinta-feira (17), nos fundos de um estacionamento, apenas com roupas íntimas e marcas de agressão.
A polícia investiga o caso como homicídio. O atual namorado e o ex-marido já foram ouvidos pelo DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), mas até o momento ninguém foi preso.