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Polícia

Dono de padaria e padeiro são indiciados após morte por torta contaminada em BH

Polícia Civil apontou falhas graves de higiene e ausência de alvará; vítima de 78 anos morreu e casal segue com sequelas após intoxicação por toxina botulínica

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Padaria interditada pela Vigilância Sanitária | EM
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A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) indiciou, nesta quarta-feira (27), o dono de uma padaria no Bairro Serrano, na Região da Pampulha, em Belo Horizonte, e o padeiro responsável pela produção de uma torta de frango contaminada com toxina botulínica. O alimento, vendido em abril deste ano, foi consumido por um casal e pela aposentada Cleuza Maria de Jesus, de 78 anos, que morreu. O casal ficou internado por cerca de três meses e ainda apresenta sequelas graves.

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Os dois foram indiciados por lesão corporal culposa, homicídio culposo e venda de alimento impróprio para consumo.

Segundo a delegada Elyenni Celida da Silva, da Delegacia de Defesa do Consumidor, a padaria operava em condições irregulares de higiene e armazenamento: embalagens abertas, mistura de alimentos crus com cozidos e ausência de alvará sanitário. Além disso, o estabelecimento não estava cadastrado no sistema municipal de regularização.

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"Nós ouvimos vários funcionários da padaria, e muitos deles trabalhavam há pouco tempo no local. O padeiro responsável pela torta estava ali havia apenas cinco dias. Ninguém tinha carteira assinada, era uma situação totalmente irregular. Eles sequer sabiam a qualificação do próprio padeiro", afirmou a delegada.

A investigação reuniu laudos, relatórios médicos e 22 depoimentos. A comprovação de que a intoxicação foi causada pela toxina botulínica veio por critério clínico-epidemiológico, baseado nos sintomas apresentados pelas vítimas.

O casal intoxicado, Fernanda Isabella de Morais Nogueira, de 23 anos, e José Vitor Carrillo Reis, de 24, moradores de Sete Lagoas, ainda sofre com perda parcial da visão, dificuldades de coordenação motora e limitações para caminhar e realizar atividades diárias.

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Relembre caso

Em 21 de abril, Fernanda e José Vitor visitavam a tia de Fernanda, Cleuza Maria de Jesus, em Belo Horizonte. Eles compraram uma torta de frango na padaria e levaram o alimento para a casa da idosa. Cleuza foi a primeira a consumir o produto.

Em seguida, o casal também provou a torta, mas notou cheiro e sabor de azedo. Eles devolveram o alimento ao estabelecimento, onde foi descartado, e retornaram a Sete Lagoas no mesmo dia.

Poucas horas depois, os três começaram a apresentar sintomas graves de intoxicação. Cleuza não resistiu, enquanto Fernanda e José Vitor sobreviveram, mas com sequelas permanentes.

À época, o dono da padaria chegou a apontar o padeiro como responsável pela contaminação, afirmando que ele teria envenenado o alimento, mas não apresentou nenhuma prova que sustentasse a acusação.

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