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Polícia

Delegados de São Paulo são citados em relatório da PF sobre morte de delator do PCC

Relatório aponta negociação de segurança privada com estrutura do Estado e transações financeiras suspeitas

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Dois delegados da Polícia Civil de São Paulo foram citados em um novo relatório da Polícia Federal que investiga os envolvidos na morte e na delação premiada de Vinicius Gritzbach, assassinado em novembro do ano passado. Os delegados aparecem em conversas com agentes de segurança já detidos por outros crimes. Em um dos casos, é negociada a segurança de um evento privado utilizando recursos públicos.

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O relatório, que possui quase 1.600 páginas, revela trocas de mensagens entre agentes da Polícia Civil. Um dos citados é o delegado César Saad, titular da Delegacia de Repressão aos Delitos de Intolerância Esportiva (DRADE), mencionado em uma investigação de organização criminosa.

De acordo com o documento, Saad trocou mensagens com o investigador Marcelo Marques de Souza, conhecido como Bombom, que está preso por lavagem de dinheiro e corrupção.

As conversas mostram que Bombom e Saad negociaram a segurança de um evento privado em São Paulo, ocorrido durante o feriado de Finados, em 2023. Em um dos trechos, Saad sugere a formação de uma equipe e menciona a estrutura que seria utilizada.

A negociação foi concluída com Bombom organizando duas viaturas caracterizadas, com dois policiais em cada uma. O valor acertado foi de R$ 600 para cada policial. Para a Polícia Federal, o diálogo deixa claro que Saad intermediou a negociação de um serviço privado utilizando a estrutura do Estado.

Investigação avançou com análise de celulares

A Polícia Federal chegou ao nome de Saad após a análise de telefones apreendidos na investigação sobre o assassinato de Gritzbach. A investigação segue revelando o envolvimento de mais agentes públicos em crimes diversos.

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Outro delegado também é citado no relatório obtido com exclusividade pelo jornalismo do SBT. No celular apreendido do investigador Eduardo Lopes Monteiro, que atuava no Departamento de Polícia Judiciária da Capital (Decap) e está preso por suspeita de corrupção, foram encontradas cópias de comprovantes de transferências via PIX.

As transações, que somam R$ 5.500, foram realizadas em agosto de 2023 para o filho do delegado Alberto Pereira Matheus Junior, então assistente do diretor do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). As mensagens foram compartilhadas com o pai.

O relatório não especifica o motivo dos pagamentos, mas destaca que "soa estranho o teor das conversas e a mensagem apagada no final." O documento também solicita a prorrogação da prisão temporária de Bombom e Eduardo Lopes Monteiro por mais 30 dias.

Até o momento, 26 pessoas foram presas após o assassinato de Vinicius Gritzbach, incluindo 17 policiais militares.

Agora, cabe ao delegado responsável pela investigação decidir se o novo relatório apresenta elementos suficientes para pedir o indiciamento dos dois delegados citados.

Outro lado

O delegado Alberto Pereira Matheus Junior, citado na reportagem, disse não ter informações sobre o casa e que a vida dele é pautada dentro da legalidade.

A reportagem do SBT Brasil entrou em contato com o delegado César Saad, mas até a publicação desta reportagem, não tivemos reposta,

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