Delegado da Polícia Civil de São Paulo é afastado por suspeita de fraudes em contratos
OUTRO LADO: Defesa do delegado José Brandini Júnior afirma que a inocência do policial será comprovada
Fabio Diamante
Robinson Cerantula
Mais um delegado da Polícia Civil de São Paulo foi afastado por suspeita de envolvimento com o crime organizado. É o terceiro em 24 horas.
Uma denúncia enviada à Corregedoria da Polícia Civil, sobre fraudes em licitações feitas pela corporação, resultou em uma operação de busca e apreensão feita na casa do delegado José Brandini Júnior. Ele é chefe da divisão de tecnologia da informação do Departamento de Inteligência da Polícia Civil (Dipol).
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Na casa do policial foram apreendidos R$ 200 mil e 30 mil euros - em dinheiro. A Secretaria da Segurança Pública informou que José Brandini Júnior foi afastado do cargo.
Além da suspeita de fraudes em licitações, o policial também foi responsável pela emissão de RGs, que é feita pela Polícia Civil. O setor de identificações, que emite as carteiras de identidade, foi citado no escândalo de envolvimento de policiais civis com integrantes da facção Primeiro Comando da Capital (PCC).
O traficante Anselmo Santa Fausta, assassinado em 2021, na zona leste de São Paulo, tirou um RG falso com a ajuda do investigador Marcelo Ruggieri, conhecido como Xará, e de outros agentes públicos. O investigador foi preso na Operação Tacitus da Polícia f=Cederal, na última terça-feira (17), ao lado de um delegado e outros três investigadores.
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A emissão de documentos falsos para integrantes do PCC foi o primeiro passo da entrada do crime organizado no transporte público municipal, na capital paulista. Com os documentos emitidos dentro da própria Polícia Civil, Anselmo Santa Fausta comprou o controle da UPBus, uma das principais empresas de ônibus da zona leste.
Procurada, a defesa do delegado José Brandini Júnior disse que o dinheiro encontrado na casa dele tem origem lícita e que a inocência do policial será comprovada.