Delegado especial da polícia de SP é alvo de operação por suspeita de corrupção envolvendo caso Gritzbach
Ação é realizada pelo Ministério Público e Corregedoria ; Delegado especial recebe mais de R$ 30 mil
Derick Toda
Alan Covas
O Ministério Público (MPSP) e a Corregedoria da Polícia Civil de São Paulo realizaram uma operação nesta terça-feira (4) contra o delegado de classe especial Alberto Pereira Matheus Júnior.
Ele foi alvo de um mandado de busca e apreensão após ser citado no relatório da Polícia Federal (PF), exibido em primeira mão pelo SBT, que investiga os envolvidos na morte e os denunciados de Vinicius Gritzbach, o delator do Primeiro Comando da Capital (PCC), assassinado em novembro do ano passado.
Segundo a investigação, que tem quase 1600 páginas, Alberto Júnior, que esta no nível hierárquico mais alto da Polícia Civil, recebeu transferências bancárias de mais de R$ 5 mil do investigador Eduardo Lopes Monteiro.
O investigador está preso por suspeita de corrupção e esquema com PCC desde dezembro do ano passado. A PF só chegou a Alberto Júnior após apreender e analisar mensagens do celular de Monteiro com o delegado Fábio Baena, que também está preso por suspeita de corrupção e envolvimento com o PCC.
Esse dinheiro enviado por Monteiro foi obtido por meio das ações ilegais em favor da facção, de acordo com o MPSP. As transações foram feitas em agosto de 2023 e caíram na conta do filho do delegado de classe especial.
A PF destaca que áudios interceptados demonstram que é "evidente que o Delegado de Polícia Alberto Pereira Júnior faz pedidos constantes de dinheiro” ao investigador. Apesar da movimentação financeira, os investigadores federais não identificaram o motivo do pagamento, mas suspeitaram o fato das mensagens terem sido apagadas do celular analisado.
"Não foi possível identificar a razão do pagamento, mas soa estranho o teor das mensagens e a mensagem apagada ao final", declarou a PF.
O SBT consultou o Portal da Transparência que aponta que Alberto Pereira Júnior recebe mensalmente R$ 30.219,43 pelo cargo especial e de confiança na Polícia Civil. A reportagem tenta localizar a defesa dele. O espaço segue aberto para posicionamento.