"Eles são bandidos", diz miliciano Orlando Curicica sobre Domingos e Chiquinho Brazão em depoimento à PF
Preso desde 2017, o criminoso foi envolvido no caso Marielle logo após Ferreirinha acusá-lo de ter planejado o assassinato
Preso desde 2017, o miliciano Orlando Oliveira de Araújo, o Orlando Curicica foi envolvido no caso Marielle logo após o ex-policial militar Rodrigo Ferreira, conhecido como Ferreirinha, acusá-lo de ter planejado o assassinato da ex-vereadora do Rio de Janeiro com a ajuda do também vereador Marcello Siciliano.
No final do mês passado, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) aceitou a denúncia do Ministério Público (MPRJ) e condenou Ferreirinha por obstrução das investigações depois da Polícia Federal concluir que o ex-policial criou a história para confundir as autoridades sobre a autoria do crime.
Em novo depoimento à Polícia Federal (PF) no dia 29 de abril, Orlando Curicica criticou os irmãos Brazão e detalhou a relação de Chiquinho e Domingos com Ferreirinha. Segundo o miliciano, Ferreirinha ficou chateado com ele por conta de uma disputa por um território na zona oeste do Rio e se aproximou dos irmãos.
"Usaram o Ferreirinha para ele botar a cara e depor", relata o miliciano.
De acordo com Orlando Curicica, os irmãos Brazão colocaram o policial militar como "bucha" para fazer as acusações.
"Me refiro a eles como bandidos. ELes são bandidos. Eles começaram com roubo de carro, desmanche de carro ali naquela estrada que atravessa de Jacarepaguá para Realengo. Brazão controlava ali, os ferros velhos e o roubo de carro era disputado por eles e veio a política em si como engajamento disso", conta Orlando.
Curicica continua: "Eu sei que eles eram envolvidos tanto com desmanches, como eram envolvidos com contrabando e adulteração de combustível. Não sei hoje no Rio de Janeiro, mas até 2018 que eu estava no Rio de Janeiro, o senhor não conseguia abrir um posto de gasolina no Rio de Janeiro se não pagasse propina para o Brazão."
"Todo esquema pra abrir, documentação pra ter um posto de gasolina no Rio de Janeiro tinha que passar pelo Brazão. Você não conseguia abrir posto de gasolina sem pagar essa propina para ele e normalmente essa propina era o que, ele cobrava 10% do posto. Ele não botava um real mas você tinha que dar 10% do valor do faturamento do posto pra ele. Se não, ele acabava com o teu posto e acabava realmente. Eu tive vários amigos que tentaram abrir posto de gasolina e não conseguiram porque o Brazão não deixou", detalha.