Atentado expõe falhas de segurança na Praça dos Três Poderes
Homem detonou explosivos em frente ao STF após passar por áreas sem restrições
Murilo Fagundes
O atentado na Praça dos Três Poderes, nesta quarta-feira (13), expôs vulnerabilidades na segurança da região. Francisco Wanderley, autor do ataque, conseguiu circular facilmente em áreas que deveriam estar protegidas.
A sessão na Câmara dos Deputados foi interrompida às 21h05, quando o deputado Sóstenes Cavalcante (PL) anunciou que os acessos estavam sob vigilância para garantir a saída segura dos presentes. Cerca de uma hora e meia antes, do anexo quatro da Câmara, um vídeo captou a explosão do carro de Wanderley, estacionado a menos de um quilômetro do local. A falta de barreiras facilitou o trajeto de 800 metros até o Supremo Tribunal Federal (STF), onde o homem circulou abertamente, cumprimentando pessoas e se aproximando do prédio.
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Imagens de segurança mostram Wanderley alcançando a estátua em frente ao STF antes de ser abordado. Ele então arremessa as bombas e, com as mãos na cabeça, detona o explosivo, causando forte estrondo. O som foi captado durante uma entrevista com a deputada Erika Hilton, que discutia assuntos com o ministro Padilha no Palácio do Planalto.
Ainda do Planalto, a equipe do SBT registrou a mobilização da segurança para bloquear a saída de funcionários do STF. A sessão da Corte havia sido encerrada, e os ministros foram evacuados. A polícia reforçou a segurança na região, enquanto o presidente Lula acompanhava o desenrolar dos eventos do Palácio da Alvorada, junto com ministros do STF e o chefe da Polícia Federal, Andrei Rodrigues.
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No Senado, o presidente Rodrigo Pacheco decidiu continuar a sessão, mesmo após ser informado da situação, ao passo que outros senadores expressaram preocupação. Na manhã nesta quinta-feira (14), a área permanecia ocupada por policiais e bombeiros. O assessor parlamentar Lucas Ferrugem, que teve o carro bloqueado, relatou temor por possíveis explosivos.
Apesar do episódio, o secretário-executivo de Segurança do Distrito Federal, Alexandre Patury, afirmou que Brasília é segura e que o incidente foi um caso excepcional, fora do padrão. Grades de segurança permanecerão por tempo indeterminado ao redor do STF.