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Polícia

Agentes do Bope vão dividir recompensa de R$ 120 mil por apreensão de fuzis

Prêmio será pago pelos 24 fuzis retirados das mãos de criminosos, no Rio de Janeiro, em 2024

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Agentes do Bope, a tropa de elite da Polícia Militar do Rio de Janeiro, vão dividir uma recompensa de R$ 120 mil pelas apreensões de fuzis que estavam nas mãos de criminosos.

O armamento de guerra, capaz de atingir um alvo a mais de três quilômetros de distância, é frequentemente ostentado por traficantes na disputa por territórios e usado até em assaltos.

Em 2023, a Polícia Militar apreendeu 492 fuzis no Rio de Janeiro. No ano passado, foram 638. E neste ano, até agora, 273. Números que mostram uma retirada crescente de armas das ruas.

Para estimular as apreensões, o governo estadual publicou, há quase dois anos, um decreto determinando uma gratificação de R$ 5 mil por fuzil apreendido. O dinheiro é pago para integrantes das polícias. Uma das condições é que a arma precisa passar por perícia para comprovar o funcionamento.

"É uma forma da gente estar incentivando o policial, todos aqueles que ajudam a tirar, talvez, a pior coisa que existe hoje nas comunidades, que são os fuzis", afirma o governador Cláudio Castro.

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Pela primeira vez, policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope) vão receber o benefício. A recompensa será paga a 26 agentes, que dividirão R$ 120 mil reais — ou seja, pouco mais de R$ 4,6 mil para cada um. O prêmio é por 24 fuzis retirados das mãos de criminosos, no ano passado.

Para Lenin Pires, antropólogo da UFF e especialista em administração de conflitos, o número de armas recuperadas é pequeno se comparado com o arsenal na mão dos bandidos. E o dinheiro pago com as recompensas teria mais utilidade se fosse investido em equipamentos para a polícia.

"O que seria muito importante é, baseado em investigação, baseado em atuação integrada, evitar as milhares de armas que chegam, anualmente, nas mais variadas cidades, como é o caso do Rio de Janeiro, na região metropolitana, principalmente", afirma o especialista.

Já Paulo Storani, antropólogo e ex-capitão do Bope, concorda com a gratificação, mas defende a adoção de outras medidas.

"Necessariamente, precisava mudar a legislação, aumentando ou agravando a pena de um criminoso, em qualquer atividade criminosa que estivesse usando o fuzil, uma arma que quer produzir morte, não é para se defender, não é para assaltar, é para tirar a vida", diz.

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