Procuradoria denuncia Nikolas Ferreira por chamar Lula de “ladrão” na sede da ONU
Denúncia foi enviada ao Supremo Tribunal Federal e aguarda decisão do ministro Luiz Fux
A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) ao Supremo Tribunal Federal (STF), nesta sexta-feira (26), pelo crime de injúria contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Em uma reunião de novembro de 2023 na sede da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, nos Estados Unidos, Nikolas chamou o mandatário de “ladrão” e publicou a fala nas redes sociais.
+ "Tiro no pé", diz Nikolas após convite do Planalto para participar de evento sobre institutos federais "[A ativista] Greta [Gerwig] e [o ator] Leonardo Di Caprio, por exemplo, apoiaram o nosso presidente socialista, chamado Lula, um ladrão que deveria estar na prisão”, disse ele no vídeo, em inglês.
A denúncia foi enviada ao STF após a conclusão de um inquérito da Polícia Federal (PF) para investigar o caso. O parlamentar foi intimado a depor e confessou o crime de ofensa à honra do presidente.
O inquérito foi aberto em janeiro de 2024, quando Lula acionou o Ministério da Justiça sobre o episódio. A pasta, então, solicitou à PF que os fatos fossem apurados.
Na denúncia da PGR, o vice-procurador-geral da República, Hindemburgo Chateaubriand, argumentou que o inquérito concluiu pela materialidade do crime.
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"A despeito das repercussões do fato, as postagens permanecem disponíveis para visualização de terceiros, perpetuando-se, assim, a ofensa à honra da vítima", afirmou Chateaubriand.
A Procuradoria-Geral também ofereceu a Nikolas a possibilidade de realização de uma audiência preliminar para chegar a um eventual acordo judicial que encerre o processo.
A denúncia é relatada pelo ministro Luiz Fux e, caso seja aceita pela Corte, o deputado vai se tornar réu. Ao SBT News, o STF afirmou que não há previsão para que o julgamento seja marcado.
Nikolas Ferreira também foi procurado pela reportagem, mas ainda não houve retorno.