PF intima líder do MBL a depor em inquérito que apura suposta difamação contra Lula
Renan Santos deve ser ouvido em setembro; movimento contesta acusações
A Polícia Federal (PF) intimou Renan Santos, um dos líderes do Movimento Brasil Livre (MBL), a depor em um inquérito que apura suposto crime de injúria e difamação contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em um vídeo divulgado pelo grupo em agosto de 2023.
O título da publicação feita no YouTube do MBL dizia: “Lula aprova aborto e mudança de sexo”. O conteúdo fazia referência às orientações recentes do Conselho Nacional de Saúde (CNS) – órgão ligado ao Ministério da Saúde – em favor da legalização do aborto e da maconha, mas sem poder decisório.
O depoimento de Renan Santos foi marcado para setembro, segundo o MBL. Ainda de acordo com a organização, o inquérito foi aberto a pedido do Ministério da Justiça. + Lula diz que fome no mundo existe por "escolha política" de líderes mundiais
Procurada pelo SBT News, a Polícia Federal afirmou que não fornece detalhes sobre inquéritos em andamento.
Em nota, o MBL disse que o inquérito é “ilegal” e uma tentativa de “censura e intimidação por parte do governo federal”. + PL do aborto: lei poderia provocar aumento da mortalidade materna, diz pesquisadora
“A postagem do MBL não tem absolutamente nada de errado: apenas comenta que o governo Lula apoia o aborto e a mudança de sexo – o que é verdade e pode ser facilmente constatado pelas falas de integrantes do governo, colegas de partido, bem como do próprio Lula. Vamos chamar as coisas pelo nome: estamos diante de censura e intimidação por parte do governo federal, que, por meio do seu Ministério da Justiça, acionou a Polícia Federal para instaurar um inquérito ilegal, com o único intuito de perseguir seus opositores políticos, no caso, o MBL”, diz o comunicado do grupo. Em junho de 2024, ao comentar sobre o projeto de lei que equipara o aborto após a 22ª semana de gestação ao crime de homicídio, Lula afirmou ser contra o procedimento. Ele ponderou, no entanto, que é preciso tratá-lo como "uma questão de saúde pública".