Lula cobra unidade do Mercosul diante de ausência de Milei
Sem citar o presidente argentino, presidente brasileiro disse que bloco pode ter ideias divergentes, mas sem extremismo
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, nesta segunda-feira (8), que os problemas do Mercosul não se resolvem fora do bloco econômico que reúne, além do Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e, mais recentemente, a Bolívia.
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O Senado do país de Luis Arce aprovou na semana passada a inclusão definitiva no Mercosul. A Venezuela está suspensa por causa da ruptura democrática.
Lula ressaltou que os países que compõem o Mercosul podem ter "diversidade de opiniões", mas sem extremismos, numa clara referência a Javier Milei. O presidente argentino foi ao Brasil para um encontro de conservadores e mandou a chanceler Diana Mondino representá-lo. É a primeira vez que um presidente da Argentina não participa de uma cúpula do Mercosul.
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Coube ao presidente do Uruguai, que é de direita, fazer uma cobrança mais incisiva sobre a ausência de Milei. "Não importa somente a mensagem. É muito importante o mensageiro e, obviamente, não menosprezo ninguém. Mas, se o Mercosul é tão importante, aqui deveriam estar todos os presidentes. Eu presto importância ao Mercosul. E se realmente acreditamos nesse bloco, deveríamos estar todos", defendeu Lacalle Pou.
Diana Mondino não deixou sem respostas as cobranças, mesmo que indiretas, de Lacalle e Lula. A chanceler da Argentina falou logo depois do presidente uruguaio e defendeu um Mercosul mais flexível e moderno.
Lula começou o discurso citando a Bolívia e a importância do Mercosul ter se posicionado sobre tentativa de golpe contra o governo de Arce. O presidente brasileiro também defendeu que o bloco discuta ações para reverter os extremismos climáticos como os verificados no Pantanal e também nas enchentes no Rio Grande do Sul.
De Assunção, o presidente Lula segue para Santa Cruz de La Sierra, onde vai se reunir nesta terça (9) com o presidente da Bolívia.