Caso Marielle: Conselho de Ética da Câmara analisa cassação de Chiquinho Brazão no dia 28
Deputado está preso por suspeita de ser o mandante do assassinato de Marielle Franco
O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados deve votar na próxima quarta-feira (28) o processo de cassação contra o deputado federal Chiquinho Brazão (sem partido-RJ), acusado de ser um dos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco (Psol) e do motorista Anderson Gomes, no Rio de Janeiro (RJ), em 2018.
A relatora do caso no conselho, deputada Jack Rocha (PT-ES), apresentou o parecer final e protocolou o documento na segunda-feira (19). O conteúdo, porém, está sob sigilo e só deve ser liberado para leitura dos parlamentares na reunião da próxima semana. As informações foram confirmadas ao SBT News pelo presidente do colegiado, deputado Leur Lomanto Júnior (União-BA).
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É esperado que a votação aconteça já na próxima semana, mas a definição pode ser postergada, caso algum deputado do Conselho de Ética peça vista – mais tempo para análise – do processo.
Crime e investigação
Marielle Franco e Anderson Gomes foram mortos a tiros em março de 2018, dentro de um carro, no Rio de Janeiro (RJ). Em 2019, os dois executores foram presos: o policial militar reformado Ronnie Lessa e o ex-policial militar Élcio de Queiroz. Eles aguardam júri popular.
O deputado federal Chiquinho Brazão (sem partido-RJ) e o irmão dele, ex-conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro, Domingos Brazão estão presos desde março, após delação premiada de Lessa, que apontou a dupla como mandante da execução.
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No dia 18 de junho, a 1º Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) tornou os dois réus no caso. Eles são acusados de integrar uma milícia no Rio e de ordenar o assassinato de Marielle por causa da atuação da vereadora de combate às organizações paramilitares.
O delegado Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Polícia Civil do RJ, também foi preso, suspeito de participar do planejamento do crime e de atrapalhar as investigações.
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Além deles, o ex-bombeiro Maxwell Simões Correa foi detido acusado de monitorar Marielle para o planejamento do crime.
Irmãos Brazão negam acusações
Os irmãos Brazão negam envolvimento no crime. Em uma videoconferência ao Conselho de Ética, em julho, Chiquinho se colocou como vítima do caso.
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“Não estou envolvido em nada. Somos vítimas de uma acusação de um réu confesso para obter benefícios na Justiça. Nem imagino porque esse indivíduo, que não conhecemos, está provavelmente protegendo alguém”, disse ele.
Outras decisões e próximos passos
Em abril deste ano, a Câmara dos Deputados votou para manter a prisão de Chiquinho Brazão, por um placar de 277 votos a favor – 20 a mais do que o mínimo necessário –, 129 contra e 28 abstenções.
O processo que tramita no Conselho de Ética vai decidir somente a perda ou não do mandato do parlamentar. Caso o colegiado aprove a cassação, a decisão segue para o plenário, onde haverá a votação em definitivo.