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Política

Bolsonaro movimentou R$ 30,5 milhões em um ano, aponta relatório do Coaf

Documento foi usado pela PF em inquérito que indiciou o ex-presidente e o deputado Eduardo Bolsonaro, e cita transações de alto valor envolvendo familiares

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O ex-presidente Jair Bolsonaro | Marcelo Camargo/Agência Brasil
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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) movimentou R$ 30,5 milhões em suas contas bancárias entre março de 2023 e junho de 2024, segundo informações de um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), órgão vinculado ao Banco Central..

O documento, incorporado pela Polícia Federal (PF) ao inquérito que inclui Bolsonaro e o deputado Eduardo (PL-SP) no caso do tarifaço imposto pelos Estados Unidos ao Brasil, detalha que, no período, Bolsonaro recebeu R$ 30.576.801,36 e retirou R$ 30.595.430,71 de suas contas.

+ Defesa diz que Jair Bolsonaro não descumpriu medidas cautelares

Segundo o relatório, os valores que entraram nas contas do ex-presidente foram:

  • R$ 19,2 milhões oriundos de 1,2 milhão de transações via Pix;
  • R$ 8,7 milhões tiveram origem em 52 resgates de CDB/RDB;
  • R$ 1,3 milhão em três operações de câmbio;
  • R$ 373,3 mil correspondem a proventos do ex-presidente;
  • R$ 304 mil vieram de 203 transferências;
  • R$ 166 mil de 12 resgates de aplicação;
  • R$ 99.687,49 de uma previdência privada.

Há ainda recursos oriundos de transferências DOC/TED, depósitos em cheque, depósitos online, entre outros.

O PL, partido ao qual Bolsonaro é filiado e no qual ocupa o cargo de presidente de honra, é apontado como o principal depositante, com R$ 291 mil na conta do ex-presidente.

Entre os valores retirados das contas de Bolsonaro, destacam-se:

  • R$ 18,3 milhões em seis aplicações em CDB/RDB;
  • R$ 7,5 milhões em quatro transferências DOC/TED;
  • R$ 1,5 milhão em 107 pagamentos de títulos, que podem ser boletos;
  • R$ 1,1 milhão em 266 operações via Pix;
  • R$ 749 mil em transferência para previdência privada;
  • R$ 198 mil em 97 saques;
  • R$ 52 mil em pagamento de 20 tributos e impostos;
  • R$ 25 mil em três operações de câmbio;
  • R$ 13 mil em contas de energia e R$ 13 mil em contas de telefone.

De acordo com o Coaf, foram detectados ainda gastos com compras, cartão de crédito, conta de água, e outras despesas.

Entre os principais beneficiários de valores pagos por Bolsonaro estão advogados e escritórios de direito (mais de 6 milhões), uma empresa de engenharia (R$ 900 mil), um escritório de arquitetura (R$ 235 mil) e uma loja de veículos (R$ 130 mil).

Embora o relatório não aponte ilegalidades na origem dos recursos, foram feitas cerca de 50 comunicações de movimentações atípicas envolvendo o ex-presidente, seu filho e a ex-primeira-dama Michele Bolsonaro. Entre elas, destacam-se:

  • R$ 2 milhões enviados a Eduardo Bolsonaro em maio deste ano, para custear sua estadia nos Estados Unidos;
  • R$ 2 milhões transferidos a Michele Bolsonaro, valor omitido pelo ex-presidente em depoimento à PF;
  • Operação de câmbio de R$ 1,6 milhão em nome de Eduardo Bolsonaro, com destino a uma conta no Wells Fargo, nos EUA, declarada como doação do pai;
  • R$ 6,6 milhões em despesas com escritórios de advocacia.

Segundo os investigadores, essas movimentações “apresentam indícios de possíveis práticas de lavagem de dinheiro ou outros ilícitos”, mas nenhuma irregularidade foi formalmente comprovada até o momento.

O SBT News entrou em contato com a defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro, mas ele ainda não se pronunciou.

Sobre o novo indiciamento do ex-presidente, os advogados enviaram uma nota, em que afirmam que "os elementos apontados na decisão serão devidamente esclarecidos dentro do prazo assinado pelo Ministro relator, observando-se, desde logo, que jamais houve o descumprimento de qualquer medida cautelar previamente imposta".

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