Bolsonaro diz que pedirá ao STF para ir à posse de Trump: "Você acha que ele vai convidar Lula?"
Ex-presidente está com passaporte retido e impedido de deixar o Brasil por causa da investigação sobre suposta tentativa de golpe após eleições de 2022
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou, em entrevista à Folha de S. Paulo nessa quarta-feira (6), que pedirá ao Supremo Tribunal Federal (STF) autorização para ir à posse do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, em janeiro de 2025.
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Bolsonaro está com passaporte retido e impedido de sair do Brasil por causa da investigação sobre suposta tentativa de golpe de Estado em 2022, após as eleições que resultaram na vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
"Se o Trump me convidar, eu vou peticionar ao TSE [Tribunal Superior Eleitoral], ao STF. Agora, com todo o respeito, o homem mais forte do mundo... Você acha que ele vai convidar o Lula? Talvez protocolarmente", falou Bolsonaro. Ele ainda disse acreditar que deverá ser o único político brasileiro convidado para a posse do republicano.
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"Quem vai convidar do Brasil? Talvez só eu. Ele [Moraes] vai falar não para o cara mais poderoso do mundo? Eu sou ex. O cara vai arranjar uma encrenca por causa do ex?", completou. "Vou peticionar ao Alexandre. Ele decide", continuou.
Três pedidos de viagem internacional negados
Bolsonaro disse à Folha que já teve três pedidos de viagem internacional negados pelo ministro Alexandre de Moraes. O último deles foi para ir à casa de Trump em Mar-a-Lago, na Flórida, onde republicano e convidados acompanharam apuração dos votos, na terça (5). Filho "03" de Jair, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) esteve no local.
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"Eduardo tem amizade enorme com ele [Trump]", falou Bolsonaro. Também citou que Gilson Machado, ex-ministro do Turismo e ex-presidente da Embratur, e filho dele estiveram na Flórida com Trump.
"Ele [Trump] me tem como uma pessoa que ele gosta, é como você se apaixona por alguém de graça, né? Essa paixão veio da forma como eu tratava ele, sabendo o meu lugar", completou o ex-chefe do Executivo, comparando proporção da relação entre Brasil e Estados Unidos com a de Brasil e Paraguai.