Indiciado por tentativa de golpe, Bolsonaro ataca Moraes: "Faz pesca probatória"
Ex-presidente foi indiciado pela Polícia Federal como principal beneficiado por plano golpista supostamente organizado por militares em 2022
A Polícia Federal (PF) indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) como principal beneficiado de um plano golpista supostamente organizado por militares em 2022, após derrota para Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições daquele ano. O relatório do indiciamento foi enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quinta-feira (21). +PF indicia Jair Bolsonaro, Braga Netto, presidente do PL e mais 34 por planos golpistas que incluíam assassinatos
Bolsonaro reagiu à decisão afirmando que aguardará seu advogado, mas postou na rede social X, antigo Twitter, um ataque ao ministro Alexandre de Moraes. "O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei".
O ex-presidente também mencionou que a Procuradoria-Geral da República (PGR) será o próximo passo do caso e criticou as acusações. "É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar."
Bolsonaro comentou o indiciamento em entrevista ao portal "Metrópoles", compartilhando a conversa em seu perfil na rede social X.
Relatório da Polícia Federal
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi indiciado pela Polícia Federal em relatório encaminhado nesta quinta-feira (21) ao Supremo Tribunal Federal (STF). As investigações apontaram que ele sabia e seria beneficiado pelo plano golpista orquestrado por militares, dentro e fora do governo, em 2022, após a derrota para Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas urnas.
Além do ex-presidente, o relatório da PF imputa crimes aos generais Walter Braga Netto e Augusto Heleno, ao presidente do PL, Valdemar Costa Neto, ao ex-ministro da Justiça Anderson Torres e ao ex-chefe da Abin Alexandre Ramagem (atual deputado federal).
O documento final une os inquéritos das operações Tempus Veritatis, deflagrada em fevereiro pela PF, e a Contragolpe, deste terça-feira (19) - que prendeu quatro militares das forças especiais, os chamados kids pretos e um policial federal. Eles foram acusados de tramar e executar um plano, que acabou abortado na ultima hora, para prender e até matar o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo, no dia 15 de dezembro de 2022.
O plano previa também como alternativa, para o golpe de Estado, assassinar o presidente Lula e seu vice, Geraldo Alckmin. O Supremo aguarda agora parecer do Ministério Público Federal (MPF) sobre o caso. Será o terceiro indiciamento de Bolsonaro, nos processos de Moraes.