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Polícia

Venda ilegal de armas de choque é flagrada na região da 25 de Março, em São Paulo

Comércio clandestino de tasers ocorre livremente no centro de São Paulo, mesmo sob presença de policiais

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Comércio de armas de choque acontece livremente na 25 de Março | Reprodução
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Uma reportagem exclusiva do SBT revelou a venda ilegal de armas de choque na região da 25 de Março, um dos maiores centros de comércio popular do país. Em plena luz do dia, os equipamentos são vendidos abertamente, sem certificação de segurança e com restrição legal para uso apenas por profissionais autorizados.

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A equipe flagrou vendedores oferecendo tasers a pedestres, com preços entre R$ 90 e R$ 150. Os modelos variam entre pequenos e grandes, alguns com lanterna embutida. Mesmo próximos a policiais militares, os comerciantes agem livremente, como se estivessem protegidos pela impunidade.

“Essa aqui é de 15 mil volts. Derruba qualquer um”, afirmou um dos vendedores. Questionado sobre o risco de causar ferimentos graves, outro respondeu: “Se tiver problema no coração, o cara passa mal”.

De acordo com cardiologista do Hospital do Coração (Hcor) Nathan Soubihe ouvido pela reportagem, o uso inadequado pode causar arritmias ou até parada cardíaca.

“Um choque externo pode interferir no ritmo natural do coração e gerar complicações sérias”, explicou o médico.

O comércio e uso desses dispositivos são regulamentados pelo Exército e restritos a profissionais de segurança pública treinados. Segundo a legislação, o porte ilegal pode ser enquadrado no Estatuto do Desarmamento, com pena de 3 a 6 anos de prisão, além de multa.

A popularização de equipamentos não letais entre forças de segurança tem despertado o interesse da população, mas um especialista em segurança pública alerta para o risco do uso sem preparo.

“Quem compra sem treinamento pode causar lesão em si mesmo ou em outros, além de estar cometendo um crime”, destaca Mary Verde,

No Congresso, um projeto de lei aprovado permite que mulheres maiores de 18 anos adquiram armas de choque e sprays de defesa pessoal sem burocracia. Menores de 16 anos só poderão comprar spray e com autorização. A proposta aguarda sanção presidencial.

Para algumas mulheres entrevistadas, o uso desses equipamentos pode representar proteção, desde que haja preparo. “É preciso treino. Caso contrário, a arma pode se voltar contra você”, disse uma delas.

A reportagem também questionou a Polícia Militar sobre a presença de policiais no local. Em nota, a corporação informou que os agentes estavam em atividade delegada para coibir o comércio irregular. A PM, porém, não explicou por que os policiais não agiram diante da venda das armas.

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