Megaoperação contra PCC prende Leo do Moinho, líder do tráfico na Cracolândia
Ação conta com mais de 1,2 mil policiais militares e civis, 327 viaturas e 30 cães farejadores após mais de um ano de trabalho de inteligência e investigação
A Polícia Civil e o Ministério Público de São Paulo prenderam Leonardo Monteiro Moja, conhecido como Leo do Moinho, um dos líderes da facção criminosa Primeiro Comando da Capital da região da Cracolândia, nesta terça-feira (6). As informações foram confirmadas no balanço preliminar da mega operação contra a atuação do PCC, no centro de São Paulo, divulgado pela Secretaria de Segurança Pública.
Leo do Moinho é apontado como o verdadeiro proprietário de hotéis e estabelecimentos comerciais registrados em nome de laranjas. Os locais são considerados pontos do tráfico de drogas.
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Até o momento, três pessoas foram presas em flagrante e outras duas apreendidas para averiguação, mais de 50 locais foram vistoriados, 65 celulares, 5 computadores e HDs, além de 40 veículos foram apreendidos.
No total, a megaoperação busca cumprir mais de 200 mandados expedidos pela Justiça, sendo sete de prisão, 117 de busca e apreensão, 46 de sequestro e bloqueio de bens e 44 de interdição de imóveis.
PCC na mira
Segundo o MPSP, há um ecossistema de atividades criminosas, controladas pelo PCC, no coração da capital paulista. Na região, ocorre uma violação sistemática aos direitos das pessoas em situação de vulnerabilidade, como os dependentes químicos e os moradores de rua.
"O tráfico de entorpecente é apenas uma das atividades dentro do repertório criminoso dessa região, que envolve profusas atividades ilícitas, como o comércio ilegal e receptação de peças veiculares, armas e celulares; contaminação do solo com a reciclagem e ferro-velho; exploração da prostituição; captação ilegal de rádios transmissores da polícia; submissão de pessoas a trabalho análogo a escravo, entre outras graves violações a direitos humanos", afirmam os promotores do MPSP.
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Apoio para as famílias
Os imóveis alvos da operação serão lacrados por agentes da prefeitura de São Paulo, buscando garantir que os criminosos não voltem aos endereços.
As famílias que vivem nesses espaços, sem vínculo algum com o crime organizado, foram atendidas por equipes multidisciplinares, composta por profissionais da saúde e da assistência social.
As equipes realizaram acolhimento inicial, seguido da triagem, encaminhando as pessoas aos equipamentos do estado e do município, como a Central Integrada de Atenção e Acolhimento, o Hub de Cuidados em Crack e Outras Drogas, unidades de saúde e abrigos de passagem, de acordo com a necessidade de cada um.
Mega operação
A operação conta com mais de 1,2 mil policiais militares e civis, 327 viaturas e 30 cães farejadores, e é resultado de mais de um ano de trabalho de inteligência e investigação. O efetivo é apoiado por viaturas, helicópteros, além de drones.