Brigadeiro envenenado: "Suyany seria a mandante e a arquiteta desse plano", diz delegado que investiga o caso
Júlia Cathermol, suspeita de matar o marido, permaneceu em silêncio do momento que se entregou até a saída da delegacia
Iris Tavares
Júlia Andrade Cathermol Pimenta, presa nesta quarta-feira (5), suspeita de envenenar e matar o namorado, Luiz Marcelo Antônio Ormond, com um brigadeiro envenenado, no último dia 17, saiu da 25ª Delegacia de Polícia do Rio de Janeiro e foi conduzida ao presídio de Benfica, na zona norte.
Após a transferência da mulher, o delegado que investiga o caso, André Buss, conversou com jornalistas e contou que Júlia permaneceu em silêncio do momento que se entregou até a saída da delegacia.
Ele também deu detalhes dos depoimentos prestados pela mãe de Júlia, Carla Andrade Cathermol de Faria, e pelo padrasto, Marino Bastos Leandro.
"A Júlia disse para eles: 'estraguei minha vida. Fiz algo muito grave.' Conforme a mãe nos falou, a Júlia não teria esclarecido, exatamente, o que teria feito."
Ainda de acordo com a mãe da suspeita, Júlia relatou que estava sendo obrigada por uma "feiticeira" e fez tudo com medo do que poderia acontecer com ela ou com a mãe. A "feiticeira" é Suyany Breschak , mentora espiritual de Júlia, que também está presa. Assim como ela, Victor Ernesto de Souza Chaffin também está detido, pelo crime de receptação, após receber o carro da vítima dias após o homicídio.
"Há elementos nos autos indicativos de que Suyany seria a mandante e a arquiteta desse plano criminoso", afirma o delegado André Buss.
Buss explica que, segundo as investigações, Suyany tinha uma influência muito grande sobre Júlia. "E foi nesse cenário que Suayny teria instruído a Júlia ministrar o medicamento... a própria Suyany teria procurado informações sobre a aquisição de tal medicamento também", detalha.
"Não sabemos explicar bem porque, mas Júlia, realmente, faria pagamentos mensais para Suyany. E essa relação já vinha se desenrolando há muito tempo", continua André Buss.
Para o delegado, a prisão de Júlia Cathermol é "imprescindível para as investigações."