Zelensky confirma disposição para reunião com Putin na Turquia, mas exige cessar-fogo imediato
Em meio à pressão internacional, ucraniano pede suspensão dos ataques como base para negociações que podem ocorrer no dia 15

SBT News
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou em publicação nas redes sociais neste domingo (11) que está disposto a se reunir com o presidente russo, Vladimir Putin, na Turquia, na próxima quinta-feira (15) para discutir o fim da guerra entre os dois países.
Embora Zelensky tenha exigido um cessar-fogo da Rússia a partir de segunda-feira (12) como condição para avançar nas negociações, não ficou claro se sua presença na Turquia dependeria dessa trégua.
Na publicação, o líder ucraniano diz que está pronto para acabar com a guerra e que espera que Putin também vá ao encontro.
Estarei na Turquia nesta quinta-feira, 15 de maio, e espero que Putin também vá à Turquia. Pessoalmente. E espero que, desta vez, Putin não fique procurando desculpas para dizer que “não pode” ir. Estamos prontos para conversar, para acabar com esta guerra." , disse Zelensky.
+ EUA anunciam "progresso substancial" em negociações de tarifas com a China
A publicação foi feita após Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, pressionar publicamente os dois países para o fim da guerra que já dura pouco mais de 3 anos. Neste domingo, Trump ainda escreveu em sua rede social que era "Um dia potencialmente ótimo para a Rússia e a Ucrânia! Pense nas centenas de milhares de vidas que serão salvas à medida que este “banho de sangue” sem fim, esperamos, chegue ao fim."
Além do presidente norte-americano, o fim da guerra tem apoio de aliados europeus e de líderes internacionais. Emmanuel Macron (França), Keir Starmer (Reino Unido), Friedrich Merz (Alemanha) e Donald Tusk (Polônia), por exemplo, pediram que Moscou interrompa as ofensivas e dê início a uma nova rodada de conversas. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que está em Moscou para eventos oficiais, revelou ter ligado para Putin pedindo o fim da guerra e o retorno da Rússia ao cenário diplomático.
Ainda na publicação, Zelensky destaca que o cessar-fogo é um pedido mundial, que deve reforçar a diplomacia e aproximar as negociações para a paz entre os dois países.
A partir de amanhã, aguardamos um cessar-fogo — essa proposta está sobre a mesa. Um cessar-fogo total e incondicional, que dure tempo suficiente para proporcionar uma base necessária à diplomacia, pode aproximar significativamente a paz. A Ucrânia tem proposto isso há muito tempo, nossos parceiros estão propondo isso, e o mundo inteiro está pedindo isso. Aguardamos uma resposta clara da Rússia", escreveu Zelensky.
Moscou sugeriu retomar o diálogo direto com Kiev, mas rejeitou pré-condições. Putin afirmou que uma pausa nas ofensivas pode ser discutida durante a reunião, desde que leve a uma solução duradoura, e não permita que a Ucrânia se reforce militarmente.
+ Índia acusa Paquistão de violar cessar-fogo após acordo mediado pelos EUA
Zelensky reagiu dizendo que prolongar a guerra não tem sentido e que está disposto a conversar em qualquer formato. Ele também destacou que aliados estão preparados para impor novas sanções à Rússia caso a proposta de trégua seja ignorada.
O encontro entre os dois presidentes deverá acontecer em Istambul, na Turquia. O presidente turco Recep Tayyip Erdogan reafirmou que o país está pronto e comprometido para ajudar a construir uma solução duradoura para encerrar o conflito entre as duas nações. A Turquia, país membro da Otan, já sediou rodadas de negociação entre o Putin e Zelensky em fases anteriores da guerra.
Na semana passada, o Kremlin anunciou uma pausa simbólica nos combates entre os dias 8 e 11 de maio, em comemoração à vitória soviética na Segunda Guerra Mundial. Autoridades ucranianas, no entanto, acusaram Moscou de continuar com ataques durante o período.
No Vaticano, o papa Leão XIV fez seu primeiro apelo público pela paz na Ucrânia, durante a tradicional bênção dominical. “No contexto dramático de um mundo em conflito, repetimos: nunca mais guerra”, afirmou, diante de milhares de fiéis reunidos na Praça de São Pedro.