Viúva, ex-prêmie e ex-chefe polícia Nacional são indiciados pelo assassinato do presidente do Haiti
O presidente Jovenel Moïse foi morto a tiros durante um ataque armado em casa, em julho de 2021
Um juiz responsável pelo processo criminal do assassinato do presidente do Haiti Jovenel Moïse, que ocorreu em julho de 2021, indiciou a viúva, Martine Moïse, e dezenas de outras pessoas pelo crime.
As informações foram obtidas por meio de um relatório de 122 páginas que foi divulgado nesta segunda-feira (19).
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O juiz Walther Wesser Voltaire é o quinto a liderar o caso da morte de Jovenel depois dos anteriores terem renunciado do processo com medo de serem mortos, entre outros motivos.
Entre os acusados estão o ex-primeiro ministro Claude Joseph e o ex-chefe da Polícia Nacional Léon Charles.
Além da acusação pela morte do presidente, Léon Charles, que atualmente é representante do Haiti na Organização dos Estados Americanos, também é indiciado por outros crimes.
Léon teria cometido assassinato, tentativa de homicídio, posse e porte ilegal de armas, conspiração contra o Estado e associação criminosa.
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Claude Joseph e a Martine Moïse, que se feriram no dia da morte do ex-presidente, são apontados por cumplicidade, além de associação criminosa.
O ex-primeiro ministro classificou o indiciamento como um golpe de estado. “Eles não conseguiram matar a mim e a Martine Moïse em 7 de julho de 2021, agora estão usando o sistema de justiça haitiano para promover sua agenda maquiavélica”, disse, Claude Joseph.
Outros indiciados:
- Christian Emmanuel Sanon é um pastor haitiano-americano que se imaginou como o próximo presidente do país e disse que não esperava a morte de Moise, e sim apenas sua prisão.
- Joseph Vincent é um haitiniano-americano e ex-informante da Administração Antidrogas dos Estados Unidos.
- Dmitri Hérard era o chefe de segurança presidencial.
- John Joel Joseph, ex-senador haitiano.
- Windelle Coq, juíza haitiana que as autoridades a classificam como fugitiva.
Desses, Christian Emmanuel Sanon, Joseph Vincent e John Joel Joseph foram extraditados para os Estados Unidos, onde mais 11 suspeitos respondem pelo assassinato.
Pelo menos três deles já foram condenados.
Consequências das acusações:
Especialistas ouvidos pela Associated Press apontam que as acusações podem desestabilizar ainda mais o Haiti, que luta contra o aumento da violência de gangues e se recupera de uma onda de protestos violentos, que exigiram a demissão do atual primeiro-ministro Ariel Henry.