Venezuela: oposição convoca nova onda de protestos nesta terça (30) contra vitória de Maduro
Segundo imprensa estrangeira, sete pessoas já morreram e centenas ficaram feridas em manifestações desde eleição do último domingo (28)
A líder da oposição na Venezuela, María Corina Machado, convocou nova onda de protestos em Caracas, nesta terça-feira (30), após órgão oficial declarar vitória do presidente Nicolás Maduro na eleição do último domingo (28): "Nos vemos em frente ao escritório nacional das Nações Unidas, das 11 horas às 12 horas. Ganhamos, temos as provas e agora vamos cobrar e celebrar", escreveu em seu perfil na rede social X (antigo Twitter).
+ Biden marca telefonema com Lula para debater eleição na Venezuela
Segundo o jornal espanhol El Mundo, pelo menos sete pessoas morreram e centenas ficaram feridas em manifestações que questionam reeleição de Maduro, no poder desde 2013.
Já o Observatório Venezuelano de Conflitos Sociais ("Observatorio Venezolano de Conflictividad Social") apontou que, até as 18h dessa segunda (29), os 20 estados do país registraram 187 protestos. Não houve divulgação de números oficiais de mortos e feridos.
Corina Machado afirmou que opositores ganharam, que possuem parte dos boletins eleitorais de 73% das urnas e que esses documentos comprovam vitória de Edmundo González Urrutia, principal adversário de Maduro. O Conselho Nacional Eleitoral (CNE), deu vitória para Maduro, com 52,1% dos votos contra 44% do rival. Oposição falou em fraude e disse que Urrutia venceu com 70%.
"São milhares de cidadãos na Venezuela e no mundo que querem ver seu voto contar", disse Corina.
Urrutia também contestou o resultado divulgado. Disse em coletiva ter "em mãos as atas que demonstram seu triunfo categórico e irreversível". "Há um esforço em desmoralizar a vontade de mudança do povo", disse ainda, pedindo "calma e firmeza".
Protestos contra Maduro
A ideia de um novo mandato de cinco anos de Maduro a partir de 2025 despertou uma série de protestos. Nessa segunda (29), forças de segurança venezuelanas dispararam gás lacrimogêneo e balas de borracha contra manifestantes que desafiavam releição do presidente. Mobilizações ocorreram em diversas partes do país.
+ Eleições na Venezuela: oposição diz ter provas da vitória de Edmundo González
Já aliados de Maduro convocaram "uma grande marcha rumo a Miraflores", o palácio presidencial, "para defender a paz". O governo também expulsou, em resposta diplomática, representações de Argentina, Costa Rica, Equador, Guatemala, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana e Uruguai (Organização dos Estados Americanos, OEA), que solicitaram uma "revisão completa dos resultados" apresentados.
Estados Unidos, Brasil e Colômbia, países que mais receberam migrantes venezuelanos na última década, aguardam explicações e detalhes do processo de auditoria para reconhecer a vitória de Maduro.
+ Na Venezuela, Celso Amorim participa de reuniões com Maduro e González
Na segunda, a embaixada brasileira emitiu um alerta a brasileiros com viagem marcada para o país vizinho ou que já estejam na Venezuela, pedindo que "mantenham-se informados sobre a situação de segurança nas áreas onde se encontram e evitem aglomerações".