Mundo

Urnas fechadas no Chile: começa apuração dos votos para presidência do país

Pela primeira vez desde 2012 voto foi obrigatório; esquerda lidera as intenções de voto, mas não deve obter mais de 50% necessários para vencer em 1º turno

Imagem da noticia Urnas fechadas no Chile: começa apuração dos votos para presidência do país
• Atualizado em
Publicidade

Os chilenos foram às urnas neste domingo (16) para escolher o próximo presidente do país. A votação começou por volta das 9h (horário de Brasília) e se encerrou pouco depois das 18h. A expectativa é de apuração rápida para os primeiros resultados.

Pelo primeira vez desde 2012 as eleições foram obrigatórias para os chilenos, em um pleito bem disputado: quatro candidatos aparecem liderando as pesquisas de intenções de voto para suceder Gabriel Boric, presidente da esquerdaa e em queda de popularidade no país .

A eleição só deve ser definida em um 2º turno, em dezembro, já que as pesquisas de intenções de voto apontavam que nenhum dos candidatos alcançaria mais de 50% dos votos necessários para vencer a eleição em 1º turno.

+ Segurança pública tende a ser fator crucial na eleição presidencial do Chile, neste domingo (16)

As pesquisas da Atlas/Intel apontam a liderança de Jeannette Jara, nome da coalizão de esquerda, com 33,2% dos votos, seguida por um empate técnico entre José Antonio Kast, líder da extrema-direita, e Johannes Kaiser, da direita, ambos com 16,8%.

Outros concorrentes aparecem nas pesquisas, segundo o levantamento: Franco Parisi tem 14,2% das intenções de voto; Evelyn Matthei, da centro-direita, aparece com 13,9%. Também aparecem com menos apoio: Harold Mayne-Nicholls (1,9%), Marco Enríquez-Ominami (1,0%) e Eduardo Artés (0,1%).

+ Protesto da geração Z contra violência e corrupção termina em confronto na Cidade do México

Temas centrais das campanhas:

Segurança pública

Kast se apresenta como o candidato mais preparado para enfrentar a criminalidade, fato reforçado por eleitores: segundo o CEP, 35% dos entrevistados o consideram mais eficaz no combate ao narcotráfico, enquanto 32% acreditam que ele manteria melhor a ordem social.

Migração

A migração, especialmente de venezuelanos, ganhou protagonismo na campanha. Esse tema está diretamente ligado ao discurso de segurança de Kast, que defende medidas mais duras para controlar a entrada de imigrantes irregulares.

+ Explosão em área industrial deixa mais de 20 feridos na Argentina

Além disso, Jara alertou que, sob governos de Kast ou Kaiser, podem haver retrocessos nos direitos das mulheres, um ponto de tensão importante para parte do eleitorado.

Projeções para o segundo turno

As projeções indicam que o segundo turno deve repetir a polarização que marcou todo o processo eleitoral. Embora Jeannette Jara lidere o primeiro turno com vantagem expressiva, pesquisas como Atlas/intel mostram um cenário de disputa muito mais apertado quando a eleição é reduzida a dois nomes.

+ Maduro faz apelo contra ações militares dos EUA: "Parem a guerra"

Isso ocorre porque parte significativa dos votos que hoje se distribuem entre Kast, Kaiser, Matthei e Parisi tende a convergir majoritariamente para a direita no segundo turno, criando um ambiente mais desafiador para a candidatura de esquerda, tendo Jara com 41% das intenções e Kaiser com 46%. Ainda com a possibilidade de Jara no segundo turno, a líder esquerdista teria 40% contra 46% de Kast.

O que está em jogo

Para a esquerda, a eleição representa a chance de consolidar uma agenda focada em programas sociais, combate à desigualdade e políticas de apoio estatal, pilares associados à campanha de Jeannette Jara. No entanto, transformar essa plataforma em maioria eleitoral é um desafio, especialmente diante de um eleitorado fragmentado e de um discurso oposicionista que ganhou força ao longo da campanha, principalmente no campo da segurança pública.

+ EUA anunciam operação Lança Sul para atacar "narcoterroristas" na América Latina

Já para a direita, a disputa é vista como uma oportunidade de redirecionar o país após anos de instabilidade política e tensões institucionais. Kast aposta fortemente em uma retórica de "lei e ordem" e em promessas de endurecimento contra o crime e a imigração irregular, temas que dominaram os debates e atraíram grande parcela dos eleitores indecisos. A linguagem dura e o apelo à mudança têm potencial para reunir diferentes segmentos da direita, que hoje se dividem entre ele, Kaiser e Matthei.

Além da presidência, a renovação do Congresso adiciona um componente decisivo: qualquer que seja o vencedor, governar sem uma base sólida pode dificultar a aprovação de reformas estruturais. O resultado legislativo, portanto, é tão central quanto o da própria disputa presidencial e deve determinar a capacidade de estabilidade política nos próximos anos.

Publicidade

Últimas Notícias

Publicidade