UE impõe sanções a 30 funcionários russos pela morte de Navalny
Opositor russo foi encontrado morto em um presídio na Sibéria; comunidade internacional desconfia de Putin
Camila Stucaluc
A União Europeia (UE) chegou a um acordo, na segunda-feira (18), para impor sanções a pessoas e organizações responsáveis pela morte do opositor russo Alexei Navalny. Segundo o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, cerca de 30 indivíduos e entidades serão sancionados, em decreto que será publicado no Diário Oficial.
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A decisão dos ministros veio um dia depois de o presidente russo, Vladimir Putin, vencer as eleições no país, conquistando mais seis anos no poder. A reeleição do político foi rejeitada pela UE, que alegou que o pleito ocorreu de forma repressiva, Isso porque todos os reais oponentes de Putin foram mortos, exilados ou impedidos de concorrer.
“As eleições ocorreram em um espaço político cada vez menor, o que resultou em um aumento alarmante de violações de direitos civis e políticos, e impediu muitos candidatos de concorrer, incluindo todos aqueles que se opõem à guerra ilegal de agressão da Rússia. Tudo isso privou os eleitores russos de uma escolha real”, disse o bloco europeu.
Em especial, a UE citou a morte “chocante” de Navalny, às vésperas das eleições, que demonstrou “mais um sinal da repressão acelerada e sistemática do governo russo”.
Navalny, até então principal opositor de Putin, foi encontrado morto em uma prisão na Sibéria, no dia 16 de fevereiro, onde cumpria uma sentença de 19 anos de prisão por acusações de extremismo e outros crimes. O corpo do político foi entregue à família apenas duas semanas depois, quando terminou de passar por perícias.
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Apesar de o laudo apontar para “morte por causas naturais”, líderes internacionais, assim como a família de Navalny, culpam o Kremlin pelo óbito. Segundo aliados, o político estava prestes a ser libertado em uma troca internacional de prisioneiros.