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Ucrânia transforma locais de guerra em "museus" para preservar memória e provar crimes

Cemitérios clandestinos e objetos da ocupação russa são catalogados para manter viva a história e buscar justiça internacional

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Ucranianos preservam locais que podem comprovar crimes de guerra do exército russo, como cemitérios improvisados. | Reprodução/SBT Brasil
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A Ucrânia tem transformado locais que testemunharam a guerra em museus e pequenas exposições. A iniciativa busca não apenas preservar a memória do conflito, mas também reunir evidências que possam comprovar crimes cometidos pela Rússia em diversas regiões. O correspondente do SBT Sérgio Utsch visitou alguns desses locais.

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No túmulo identificado pelo número 319, em um cemitério clandestino, foram encontrados os restos mortais de Yurii Kerpatenko, maestro da Orquestra Sinfônica de Kherson. Segundo os ucranianos, ele foi morto por se recusar a conduzir um concerto para as forças russas. Seu corpo só foi encontrado mais de um ano depois, a 600 quilômetros de distância.

Na cidade de Izium, que ficou sete meses sob ocupação russa, foram descobertos 449 corpos, a maioria civis. "Este cemitério clandestino é preservado como prova do que pode ser considerado um crime de guerra", relata Utsch. Izium, antes da invasão, tinha cerca de 50 mil habitantes, mas 30 mil nunca retornaram após os ataques.

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Além disso, Ilanova, diretora do museu local, exibe armas rústicas, rotas de ataque e suprimentos deixados pelos russos. "Eles já negaram que estiveram em outros lugares, é por isso que estamos documentando", explica.

A preservação vai além dos cemitérios. Em cidades como Chernihiv, que enfrentou menos de um mês de ocupação, a memória é mantida em locais como uma escola onde 368 pessoas, incluindo 70 crianças, foram mantidas presas em condições subumanas.

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Esses lugares também se tornaram instrumentos para futuras ações jurídicas. Apesar das evidências, a Rússia nega as acusações, enquanto os ucranianos seguem transformando os traumas da guerra em centros de visitação para autoridades e imprensa internacional. O objetivo é claro: garantir que as histórias e os crimes cometidos não sejam esquecidos.

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