Ucrânia encerra fornecimento de gás russo para a Europa após quase três anos de guerra
Segundo governo ucraniano, decisão reflete postura do país em não colaborar economicamente com a Rússia enquanto o conflito persistir
Warley Júnior
com informações da AP
A Ucrânia interrompeu, nessa terça-feira (31), o fornecimento de gás natural russo para a Europa, após o fim do contrato que permitia a passagem pelo território ucraniano. O acordo, firmado antes do início da guerra, gerava uma receita anual de cerca de US$ 700 milhões para a Ucrânia.
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Segundo o governo ucraniano, a decisão reflete a postura do país em não colaborar economicamente com a Rússia enquanto o conflito persistir. "Não permitiremos que a Rússia continue lucrando enquanto promove uma guerra contra nós", afirmou o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky.
Antes da interrupção, o sistema de gasodutos ucraniano atendia países como Áustria, Hungria, Eslováquia e Moldávia, sendo essa última particularmente dependente do gás russo para sua principal usina termoelétrica. Em resposta à interrupção, a Moldávia declarou estado de emergência energética.
O presidente russo, Vladimir Putin, minimizou os impactos da medida, afirmando que a Gazprom conseguirá manter suas operações sem o trânsito pela Ucrânia. Contudo, ele alertou que a mudança pode pressionar os preços globais de energia.
Já a União Europeia declarou que havia se preparado para essa possibilidade, diversificando suas fontes de energia. Atualmente, países do bloco têm apostado em fornecedores alternativos, como Noruega e Estados Unidos, e na ampliação de estoques de gás natural liquefeito.
A medida é vista como mais um passo no esforço europeu para reduzir a dependência do gás russo, intensificado após quase três anos de guerra.