Ucrânia rejeita apelo de Papa Francisco para negociar fim da guerra com a Rússia
Ministro das Relações Exteriores afirmou que país continuará lutando e não apresentará "bandeira branca"
Camila Stucaluc
O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, rejeitou o apelo do Papa Francisco para negociar o fim da guerra com a Rússia. Pelas redes sociais, o político enfatizou que a bandeira pela qual os ucranianos lutam é "amarela e azul" – referindo-se às cores do país –, refutando o pedido do pontífice para apresentar uma "bandeira branca".
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"O mais forte é aquele que, na batalha entre o bem e o mal, está do lado do bem em vez de tentar colocá-los no mesmo patamar e chamá-los para 'negociações'. Nossa bandeira é amarela e azul. Esta é a bandeira pela qual vivemos, morremos e prevalecemos. Nunca levantaremos outras bandeiras", escreveu Kuleba.
Na publicação, o ministro ainda agradeceu ao papa pelas constantes orações de paz, dizendo que, após dois anos de guerra, espera que Francisco encontre uma oportunidade para visitar a Ucrânia. Segundo ele, há mais de um milhão de católicos no país, além de mais de cinco milhões de greco-católicos, que esperam por uma visita do pontífice.
A guerra tem sido um tópico comum nos discursos do papa. Desde o início da invasão russa na Ucrânia, em fevereiro de 2022, Francisco vem tentando dialogar com ambos os países para chegar a um acordo de paz, voluntariando, até mesmo, o Vaticano para mediar as negociações de cessar-fogo. A iniciativa, no entanto, não obteve sucesso.
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Nesse domingo (10), Francisco disse que a Ucrânia deveria ter a coragem de negociar e encerrar a guerra, usando o termo "bandeira branca" pela primeira vez desde o início do conflito. "A palavra negociar é uma palavra corajosa, quando você vê que está derrotado, que as coisas não estão indo bem", disse o pontífice em entrevista à emissora RTS.