Mercado aguarda cortes de juros em 2026. Mas até onde vai a queda?
Há um amplo consenso no mercado financeiro de que Copom iniciará ciclo de corte da taxa Selic em 2026; há divergências sobre quando ciclo começa e até onde vai


Exame.com
Após sete altas consecutivas, a Selic chegou ao patamar de 15% ao ano em junho de 2025. Mas, ao que tudo indica, o alívio finalmente vem aí — e está mais perto do que nunca. Há quem espere que o ciclo de corte comece já em janeiro de 2026, dado que a economia perde força aos poucos, que o mercado de trabalho mostra sinais de desaceleração e que a inflação começa a ceder. Ainda não há consenso sobre até onde a Selic vai e quando o ciclo de cortes de fato começa.
Estrategistas do Bank of America, por exemplo, acreditam num corte de 50 pontos-base em janeiro, com a Selic podendo chegar a
11,25% ao final de 2026. Já o BTG Pactual (do mesmo grupo controlador da EXAME) aposta num corte menor, de 25 pontos-base, mas ainda no primeiro mês do ano: “À medida que os dados forem reforçando a desaceleração do mercado de trabalho e a desinflação dos serviços, o Banco Central deverá acelerar o ritmo dos cortes”, escrevem os analistas em relatório. Para o BTG, a decisão sobre o início da queda dos
juros só seria adiada caso o cenário piorasse de forma relevante. O Itaú BBA também mantém a expectativa do início do ciclo já em janeiro, com uma redução de 25 pontos-base. Ao final do ano, a Selic deve chegar a 12,75% ao ano, segundo os analistas.
Mas, assim como o BTG, o Itaú salienta o risco de postergação do início do ciclo de cortes. “Uma surpresa positiva na atividade ou no mercado de trabalho, ou uma taxa de câmbio mais depreciada, podem adiar o início da flexibilização monetária”, ponderam.
Já a equipe da UBS BB projeta que o primeiro corte na taxa Selic deve ocorrer somente em abril de 2026, com a possibilidade de ser antecipado para março. Para o banco, um corte na primeira reunião do ano, que ocorre em janeiro, seria muito precipitado ao considerar expectativas de inflação futura ainda sem ancoragem e a previsão de inflação fora da meta feita pelo comitê.







