Trump promete "maior operação de deportação da história dos EUA" se eleito
Declaração foi feita durante discurso na Convenção Nacional do Partido Republicano
O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump disse que planeja a “maior deportação da história do país” caso seja eleito em 2024. A declaração foi dada na noite de quinta-feira (19), na Convenção Nacional do Partido Republicano, onde o político aceitou formalmente concorrer à Casa Branca pela sigla, ao lado do senador de Ohio, JD Vance.
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“Temos uma crise de imigração ilegal. Uma invasão massiva em nossa fronteira sul que espalhou miséria, crime, pobreza, doenças e destruição para comunidades por todo o nosso país. Os imigrantes estão vindo de prisões e cadeias, de instituições mentais e asilos. Nós nos tornamos um lixão para o resto do mundo, que está rindo de nós”, disse.
Segundo o republicano, o plano de deportação em massa seguirá a operação Wetback, implementada pelo governo de Dwight Eisenhower no verão de 1954. Na época, quase 1,3 milhão de migrantes sem documentos foram expulsos do país, sobretudo mexicanos. A ideia é que os números sejam ainda maiores, sendo a maior deportação da história.
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Trump ainda prometeu finalizar a construção do muro na fronteira entre Estados Unidos e México para resolver a crise. "Vamos acabar com a crise da imigração ilegal fechando a nossa fronteira e terminando o muro, a maior parte do qual já construí. Vamos conter a invasão na nossa fronteira sul e faremos isso rapidamente”, afirmou.
Crise imigratória
A entrada de imigrantes ilegais nos Estados Unidos vem aumentando desde o final de 2023, sobretudo pela fronteira com o México – considerada a rota terrestre mais morta do mundo. Milhões de pessoas atravessaram a passagem no período, despertando a preocupação de prefeitos no país, que pediram ajuda ao presidente Joe Biden.
Outras autoridades, por sua vez, tentaram resolver a situação sem auxílio do governo. É o caso do Texas, que construiu uma barreira no Rio Grande, localizado na fronteira sul do país, composta por bóias de 1,8 metro de altura. A ordem gerou embate com Washington, que pediu a remoção da barreira por ter sido instalada sem autorização.
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Em junho, Biden anunciou um pacote para beneficiar cerca de 500 mil imigrantes que vivem ilegalmente no país, mas que são cônjuges ou filhos de cidadãos norte-americanos. A decisão ocorreu poucas semanas após o democrata limitar a entrada de imigrantes pela fronteira com o México, com o fechamento temporário da passagem.