Trump pressiona Irã por acordo nuclear e alerta sobre novos ataques de Israel
Presidente dos EUA afirma que próximo ciclo de ataques será ainda mais violento e pressiona Teerã a negociar para evitar colapso total
SBT News
com informações da AP
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a se pronunciar sobre as tensões no Oriente Médio, pedindo para que o Irã aceite um acordo com os Estados Unidos sobre seu programa nuclear. Segundo o norte-americano, a escalada de violência, especialmente com os ataques de Israel, no fim da noite desta quinta-feira (12), tende a se intensificar.
+ Israel bombardeia bases nucleares no Irã e aumenta tensão no Oriente Médio
Em uma publicação feita na rede social Truth Social, Trump afirmou que “ainda há tempo para acabar com este massacre”, referindo-se aos confrontos recentes, e alertou que “os próximos ataques planejados serão ainda mais brutais”. Confira a postagem:
“Teerã precisa agir antes que seja tarde demais”, escreveu na publicação. O presidente dos EUA ainda complementou que o Irã deve realizar o acordo, "antes que não sobre nada", e clamou pelo fim da violência na região.
As declarações do líder norte-americano vêm após uma série de ataques israelenses contra alvos ligados ao Irã, que revidou. Os bombardeios aumentaram a tensão em uma região já instável. Até o momento, não houve resposta oficial do governo iraniano às falas do ex-presidente norte-americano.
+ Irã retalia ataques e lança mais de 100 drones em direção a Israel
Ataque israelense
Israel bombardeou, no fim da noite desta quinta-feira (12), o Irã depois que negociações nucleares entre o país persa e os Estados Unidos estagnaram. Tel Aviv acusa Teerã de manter um programa secreto para desenvolver armas nucleares em instalações subterrâneas, estando “próximo” de conquistar seu primeiro equipamento nuclear.
Os ataques israelense tiveram como alvos infraestruturas nucleares, como a de Natanz, um dos centros mais importantes de enriquecimento de urânio do país. Os bombardeios também miraram esconderijos de altos líderes iranianos. Nesta sexta-feira, o exército israelense confirmou a morte de três militares:
- Mohammad Hossein Baqeri, chefe do Estado-Maior das Forças Armadas do regime iraniano
- Hossein Salami, comandante da Guarda Revolucionária
- Khatem-Gulam Ali Rashid, comandante do Khatem al-Anbiya (Comando de Emergência)
Ataque iraniano
O Irã lançou mais de 100 drones em direção a Israel na madrugada desta sexta-feira (13). A ação ocorreu em resposta aos ataques israelenses às bases nucleares do país, na noite de quinta-feira (12), que também resultaram na morte de três altos comandantes militares do regime iraniano.
"Nas últimas horas, o Irã lançou mais de 100 drones em direção a Israel, e todos os sistemas de defesa estão agindo para interceptar as ameaças", disse o porta-voz do exército israelense, Effie Deffrin.
Antes de retaliar os ataques, o líder supremo do Irã, Ali Khamenei, havia prometido vingança, dizendo que Israel tinha “preparado um destino amargo” para si. "O regime sionista [Israel] revelou sua natureza vil e lançou sua mão perversa e sangrenta em um crime contra o Irã. Com este ataque, o regime sionista preparou um destino amargo e doloroso para si mesmo, que certamente receberá.”
+ Trump diz estar em negociações diretas com Irã sobre programa nuclear
Estados Unidos negam envolvimento nos ataques
O secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, disse que Washington não está envolvido nos ataques e que não forneceu nenhuma assistência a Israel. Pouco tempo depois, em entrevista à Fox News, o presidente Donald Trump disse que estava a par de que Tel Aviv lançaria ataques contra o Irã. "O Irã não pode ter uma bomba nuclear e esperamos voltar à mesa de negociação. Veremos.”
O aumento da tensão no Oriente Médio foi duramente criticado pela comunidade internacional. Países como Índia, Reino Unido, Turquia, Líbano e Arábia Saudita afirmaram que os ataques entre Israel e Irã podem comprometer a estabilidade na região. O mesmo foi dito pelo secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), que pediu às nações que evitem o “início de um conflito mais profundo”.