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Trump ameaça processar BBC em US$ 1 bilhão por 'edição maliciosa' em documentário

Ameaça chegou por meio de uma carta enviada ao veículo de imprensa, por intermédio de um advogado do presidente

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O presidente dos EUA, Donald Trump, com boné de seu slogan de campanha | Foto: Eduardo Munoz/Reuters
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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçou processar a rede de notícias BBC em US$ 1 bilhão (R$ 5,3 bilhões) por um documentário que, segundo seu advogado, incluía edições "maliciosas e depreciativas" de um discurso feito por ele em 6 de janeiro de 2021. Na data, insurgentes invadiram a sede do Capitólio, em Washington D.C., e depredaram a sede do Congresso dos EUA.

A ameaça legal veio em uma carta de Alejandro Brito, que atua na defesa do presidente no caso, à BBC, obtida pelo jornal The New York Times. A carta exigia uma retratação completa do documentário — intitulado Trump: Uma Segunda Chance? —, um pedido de desculpas e o que seus advogados descreveram como pagamentos que "compensariam adequadamente o presidente Trump pelos danos causados".

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Na carta, Brito afirmava que, se essas exigências não fossem atendidas até às 17h desta sexta-feira (14), "o presidente Trump não teria outra alternativa senão fazer valer seus direitos legais (...), inclusive por meio de ação judicial para obter indenização de no mínimo R$ 1 bilhão (R$ 5,3 bilhões). "A BBC está avisada", ressaltou o advogado em outro trecho do documento.

O diretor-geral da BBC, Tim Davie, e a diretora-executiva da BBC News, Deborah Turness, renunciaram no domingo (9), após crescente pressão sobre a edição do documentário. O veículo afirmou em seu site que recebeu a carta e que "responderá em tempo oportuno".

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O presidente da BBC, Samir Shah, disse, em carta separada enviada nesta segunda-feira (10), que as reclamações sobre a edição do documentário foram discutidas pelo comitê de padrões em janeiro e maio, e que os pontos levantados foram repassados à equipe que produziu o vídeo. Ele reconheceu que a BBC errou e pediu desculpas em nome do veículo.

"Em retrospectiva, teria sido melhor tomar medidas mais formais", escreveu Shah. "Reconhecemos que a forma como o discurso foi editado deu a impressão de um apelo direto à violência. A BBC pede desculpas por esse erro de julgamento."

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Esta não é a primeira vez que Trump processa um veículo de imprensa. Em outubro, o presidente entrou com um processo contra a rede de notícias CBS News, alegando que o veículo havia editado uma entrevista com Kamala Harris, então candidata democrata à presidência, para fazer com que suas respostas parecessem mais sofisticadas do que realmente eram. A Paramount Global, proprietária da empresa, concordou em pagar US$ 16 milhões (R$ 84,6 milhões) ao mandatário para encerrar o caso.

Este ano, Trump processou também o The New York Times e três de seus repórteres em US$ 15 bilhões (R$ 79,3 bilhões) por alegações de que as matérias publicadas no jornal eram falsas e maliciosas. A Justiça rejeitou a queixa e, posteriormente, o presidente reapresentou o caso, excluindo um dos réus e encurtando a denúncia.

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