Trump ameaça reduzir salários de controladores de tráfego aéreo que não voltarem a trabalhar
Estados Unidos registram cerca de 2 mil voos cancelados nesta segunda-feira (10) por falta de pessoal durante paralisação do governo

Reuters
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, exigiu nesta segunda-feira (10) que os controladores de tráfego aéreo voltem ao trabalho, enquanto os viajantes enfrentavam mais um dia de cancelamentos de voos, ordenados para administrar a falta de pessoal durante a paralisação do governo.
Ameaçando reduzir o salário de qualquer controlador que não voltar, Trump disse que concederia um bônus de US$ 10.000 àqueles que não tiraram folga durante os 41 dias de paralisação, e que aceitaria a demissão dos demais.
+ Quem foi Godofredo Pepey, ex-lutador brasileiro que morreu em cadeia nos EUA
"Todos os controladores de tráfego aéreo devem voltar ao trabalho, agora! Qualquer um que não o fizer terá seu salário substancialmente reduzido", escreveu Trump nas redes sociais. "Apresentem-se ao trabalho imediatamente".
A paralisação do governo dos EUA, a mais longa da história do país, forçou 13.000 controladores de tráfego aéreo e 50.000 agentes da Administração Federal de Aviação (FAA, na sigla em inglês) a trabalharem sem remuneração. Alguns estão ausentes porque têm um segundo emprego ou não podem pagar por uma creche para os filhos.
Grandes companhias aéreas dos EUA, incluindo American Airlines, Delta Airlines e United Airlines, viram suas ações irem para o negativo após a publicação de Trump nas redes sociais.
+ Trump diz que construção de estrada em Belém se tornou "um grande escândalo"
As autoridades não esclareceram como a Casa Branca poderia negar o pagamento sob o contrato do sindicato dos controladores assim que o governo reabrisse, como Trump ameaçou, ou como o presidente pagaria pelos bônus de US$ 10.000.
As companhias aéreas cancelaram cerca de 2.000 voos nesta segunda-feira, e esse número deve aumentar, pois a FAA ordenou que os cortes de voos aumentassem para 10% na sexta-feira. Uma tempestade de inverno em Chicago também estava prejudicando as viagens aéreas.
O FlightAware, um site de rastreamento de voos, informou que até as 15h (horário de Brasília), 5.825 voos também estavam atrasados na segunda-feira, depois que 2.950 voos foram cancelados e quase 11.200 atrasados no domingo -- no pior dia para interrupções de voos desde o início da paralisação do governo em 1º de outubro.
A American Airlines disse que mais de 250.000 voos de clientes foram cancelados ou atrasados no fim de semana. "Isso é simplesmente inaceitável e todos merecem algo melhor", disse o diretor de operações da American, David Seymour, aos funcionários.
As companhias aéreas pediram a aprovação rápida de um projeto de lei que o Senado dos EUA votou no domingo para reabrir o governo.








