Soldado russo é condenado a prisão perpétua por matar prisioneiro de guerra ucraniano
Tribunal da Ucrânia emite primeira sentença por execução de prisioneiro de guerra desde o início da invasão russa

SBT News
com informações da Reuters
Um tribunal da Ucrânia condenou nesta quinta-feira (6) o soldado russo Dmitry Kurashov, de 27 anos, à prisão perpétua por matar a tiros um prisioneiro de guerra ucraniano.
A decisão, tomada em Zaporizhzhia, no sudeste do país, é a primeira do tipo desde o início do conflito, e representa um marco simbólico para a Ucrânia.
Segundo o tribunal, Kurashov foi considerado culpado pela morte de Vitalii Hodniuk, soldado ucraniano que havia se rendido em janeiro de 2024 após seu abrigo ser capturado por tropas russas. Kurashov foi capturado por forças ucranianas logo após o crime, junto com outros militares russos.
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Durante o julgamento, o soldado se declarou culpado, mas posteriormente disse a jornalistas que era inocente e expressou desejo de retornar à Rússia em uma troca de prisioneiros. Após o veredicto, afirmou à agência Reuters que não pretende recorrer da decisão.
A promotoria destacou a importância simbólica do caso, afirmando que a execução de soldados rendidos é uma violação grave do direito internacional humanitário. “Este é um dos crimes mais graves, é um assunto importante para a Ucrânia, porque esses casos não devem permanecer sem consideração e uma sentença apropriada”, declarou o promotor Mykyta Manevskyi.
A Missão de Monitoramento dos Direitos Humanos da ONU relatou em fevereiro um “aumento alarmante” nos casos de execuções de soldados ucranianos capturados por forças russas. Segundo o gabinete do procurador-geral da Ucrânia, há investigações em andamento sobre a morte de 322 militares ucranianos que haviam deposto suas armas desde 2022.
Kurashov integrava a unidade de assalto "Storm V" do Exército russo, após aceitar a missão em troca de uma liberação antecipada da prisão onde cumpria pena por roubo, segundo autoridades ucranianas. Ele perdeu o olho esquerdo em combate e optou por não se pronunciar durante as considerações finais no tribunal. Permaneceu em silêncio e calmo antes da leitura da sentença, limitando-se a sorrir levemente ao ser questionado se esperava ser incluído em uma possível troca de prisioneiros.
Seu advogado, ausente na leitura do veredicto, havia argumentado que uma pena de 10 anos seria justa, mas a promotoria insistiu na prisão perpétua, que acabou sendo aplicada.








