Sem ajuda dos EUA, Ucrânia pode perder guerra contra Rússia até o final de 2024, diz CIA
Tropas ucranianas já enfrentam dificuldades na linha de frente devido à falta de armamento
O diretor da Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos (CIA), William Burns, disse que, sem ajuda de Washington, a Ucrânia pode perder a guerra contra a Rússia até o final de 2024. Em declaração na quinta-feira (18), o diplomata destacou que os ucranianos enfrentam dificuldades na linha de frente, o que deve piorar sem auxílio militar.
+ Zelensky assina lei para aumentar recrutas e preencher linha de frente na Ucrânia
“Com a ajuda suplementar dos EUA, as forças ucranianas podem se manter no campo de batalha e continuar causando danos com ataques mais profundos. Sem assistência suplementar, o quadro é muito mais terrível. Acho que há um risco de que os ucranianos possam perder no campo de batalha até o final de 2024 ou colocar a Rússia em uma posição em que possa ditar os termos de um acordo político”, disse Burns.
A declaração se refere ao impasse na Câmara dos Estados Unidos em aprovar o pacote de US$ 60 bilhões à Ucrânia. Isso porque a Casa é liderada pelos republicanos, que criticam a magnitude da assistência militar e monetária a Kiev. Desde o início da invasão russa, em 2022, Washington já destinou mais de US$ 111 bilhões para ajudar o país.
Além da ajuda militar norte-americana, Burns abordou a crise no Oriente Médio – em meio à tensão entre Israel e Irã e a guerra na Faixa de Gaza –, que acabou tirando o foco da guerra na Ucrânia. Segundo ele, a solidariedade inicial do Ocidente ao governo ucraniano diante da invasão russa pode estar entrando em uma fase de desgaste.
+ Desgaste da guerra na Ucrânia é evidente e pode levar a 'trégua sem paz'
A afirmação do diretor da CIA não surpreende a Ucrânia. Nesta semana, o próprio presidente Volodymyr Zelensky afirmou que o país perderia a guerra caso os Estados Unidos não liberassem o novo pacote militar ao país. Ele acrescentou ainda que "se a Ucrânia perder a guerra, outros Estados serão atacados" pela Rússia.