Rússia volta a atacar instalações de energia na Ucrânia em meio a temperaturas negativas
Bombardeios deixaram centenas de pessoas sem energia e prejudicaram trabalhos na usina nuclear de Zaporizhzhia
Camila Stucaluc
A Rússia voltou a atacar instalações de energia elétrica em grande parte da Ucrânia. Segundo autoridades, os ataques, registrados nesta sexta-feira (22), causaram interrupções generalizadas nas cidades, deixando centenas de moradores sem energia em meio a temperaturas negativas. Os bombardeios também deixaram três mortos.
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O ministro da Energia, German Galushchenko, disse que o ataque com drones e mísseis foi "o maior ao setor de energia ucraniano nos últimos tempos". Ele enfatizou que o objetivo dos russos não é apenas prejudicar as forças ucranianas, mas tentar, como no ano passado, causar uma interrupção em larga escala do sistema energético do país.
Entre as instalações afetadas está a Central Hidroelétrica de Dnipro, que fornece eletricidade à usina nuclear de Zaporizhzhia – a maior da Europa. Com isso, a principal linha de energia para a usina foi cortada. Um gerador auxiliou nas operações.
Pelas redes sociais, o diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Rafael Grossi, voltou a demonstrar preocupação com a usina de Zaporizhzhia. Isso porque, o local, hoje ocupado por russos, já perdeu acesso à eletricidade diversas vezes devido aos bombardeiros, o que pode ocasionar um acidente nuclear.
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"O que antes parecia inimaginável – atividade militar perto de uma usina nuclear – tornou-se uma realidade diária. A situação não está melhorando e, enquanto esta guerra trágica continuar, a usina continua em perigo. Por esta razão, volto a apelar pela criação urgente de uma zona de proteção da segurança nuclear em torno da Central Nuclear”, escreveu.