Rússia realizará testes nucleares se outras potências nucleares os retomarem, diz Lavrov
Tensão aumentou após declarações de Donald Trump e exercícios realizados pela própria Rússia

SBT News
com informações da Reuters
O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, disse na terça-feira (11) que Moscou realizará testes nucleares se qualquer outra potência nuclear o fizer. A Rússia está pronta para discutir as preocupações dos EUA sobre o que Washington chama de "atividades subterrâneas suspeitas", afirmou Lavrov.
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Lavrov disse que Moscou está preocupada com as declarações dos EUA sugerindo que os testes nucleares poderiam ser usados para fins geopolíticos.
No final de outubro, o presidente norte-americano, Donald Trump anunciou que o país voltará a realizar testes com armas nucleares, após mais de 30 anos de pausa. Antes, a Rússia promoveu dois testes nucleares, sendo um com um míssil de cruzeiro movido a propulsão nuclear e outro com um drone subaquático Poseidon, que pode provocar tsunamis radioativos.
Na semana passada, Trump recuou e sugeriu estar trabalhando em um plano de desnuclearização com a China e a Rússia.
"Reformamos nosso programa nuclear — somos a maior potência nuclear, o que eu detesto admitir, porque é horrível. A Rússia é a segunda. A China está em um distante terceiro lugar, mas eles nos alcançarão dentro de quatro ou cinco anos", disse Trump. "Talvez estejamos trabalhando em um plano de desnuclearização, nós três. Veremos se isso funciona”, acrescentou.
Em agosto, o republicano afirmou que a extinção das armas nucleares era um “grande objetivo”, dizendo que a Rússia, e talvez a China, estivessem dispostas a negociar. Moscou não chegou a comentar sobre a declaração, enquanto Pequim disse ser a favor do desarmamento, mas rejeitou participar das discussões.
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"A China e os Estados Unidos não estão ao mesmo nível em termos de capacidades nucleares. Os países com o maior arsenal nuclear devem cumprir com seriedade a sua responsabilidade especial e primária de desarmamento nuclear", disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Guo Jiakun, à época, reforçando que Pequim mantém o mínimo de armas nucleares para a segurança nacional.









