Rebelião em prisão do Equador deixa 31 mortos; governo transfere presos de alta periculosidade
Motim ocorreu na cidade de Machala, no sudoeste do país; 300 detentos foram levados para presídio de segurança máxima

Reuters
Uma rebelião em uma prisão na cidade de Machala, no sudoeste do Equador, no domingo (9), deixou 31 detentos mortos, segundo a agência penitenciária SNAI. As vítimas morreram por asfixia e enforcamento, de acordo com comunicado oficial.
No início do dia, a SNAI havia informado sobre quatro mortes em outro incidente na mesma prisão, controlado pela polícia tática.
A instituição explicou que o motim foi provocado pela transferência de presos para uma nova unidade de segurança máxima. As autoridades ainda investigam as causas e os responsáveis pelas mortes.
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Onda de violência nos presídios
Nos últimos anos, o sistema prisional equatoriano tem sido palco de rebeliões violentas entre facções criminosas, resultando em centenas de mortes.
O presidente Daniel Noboa atribui os conflitos à disputa entre gangues rivais pelo controle dos presídios e das rotas de tráfico de drogas.
Em setembro, uma rebelião na mesma penitenciária deixou 14 mortos e 14 feridos. Dias depois, outros 17 presos morreram em um motim na cidade de Esmeraldas, próxima à fronteira com a Colômbia.
Governo transfere presos de alto risco
Nesta segunda-feira (10), o governo equatoriano anunciou a transferência de 300 detentos de alta periculosidade para a nova prisão de segurança máxima “La Encuentro”, na província de Santa Elena.
“Os primeiros 300 presos mais perigosos já foram transferidos”, afirmou o presidente Noboa, nas redes sociais, divulgando imagens dos detentos sentados no chão, com uniformes laranja e cercados por soldados.
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Segundo o governo, a medida faz parte do plano para enfraquecer o poder das gangues dentro das unidades prisionais.
O sistema penitenciário do Equador está com 30% de superlotação, conforme dados da SNAI.
O ministro do Interior, John Reimberg, afirmou que a violência começou após os presos serem informados da transferência.
O episódio ocorre às vésperas de um referendo nacional, no qual Noboa busca autorização para instalar bases militares estrangeiras e convocar uma nova assembleia constituinte.
“A festa acabou para eles”, declarou Reimberg. “Hoje estão em celas que impedem qualquer tipo de comunicação.”









