"Corremos o risco de perder o que é verdadeiramente humano", diz Papa sobre IA
Pontífice enviou mensagem a congresso internacional 'IA e Medicina', em Roma, e defendeu que tecnologia nunca substitua o contato humano

Antonio Souza
O Papa Leão XIV enviou uma mensagem nesta segunda-feira (10) pedindo que o desenvolvimento da inteligência artificial (IA) na área da saúde esteja sempre a serviço da pessoa humana.
A declaração ocorreu durante o congresso internacional “IA e Medicina: O Desafio da Dignidade Humana”, realizado em Roma, entre esta segunda (10) e quarta-feira (12).
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O evento é organizado pela Federação Internacional das Associações Médicas Católicas (FIAMC) e pela Pontifícia Academia para a Vida (PAV), reunindo médicos, pesquisadores, teólogos e especialistas para discutir os impactos da IA na medicina moderna.
Em sua mensagem, o Papa afirmou que a revolução digital transforma profundamente a maneira como o ser humano se percebe e se relaciona com os outros.
“Vivemos um tempo de novos avanços tecnológicos que influenciam profundamente o modo como pensamos e percebemos a nós mesmos e aos outros. Corremos o risco de perder de vista os rostos humanos ao nosso redor e de esquecer o que é verdadeiramente humano”, disse Leão XIV.
O Pontífice reconheceu os benefícios que a tecnologia oferece à medicina, mas advertiu que o progresso só é verdadeiro quando orientado pela ética.
“O desenvolvimento tecnológico trouxe benefícios significativos à humanidade. Contudo, para que haja verdadeiro progresso, é imprescindível que a dignidade humana e o bem comum permaneçam como prioridades inabaláveis.”
Leão XIV também alertou que ferramentas tecnológicas podem ter efeitos devastadores se usadas de forma desumana, mas grande potencial transformador quando guiadas por princípios morais.
Tecnologia sem perder o contato humano
Leão XIV também defendeu que a tecnologia nunca deve substituir o vínculo humano entre médico e paciente.
“A prática médica exige não apenas competência técnica, mas também proximidade e comunicação. Ela jamais pode ser reduzida a uma simples resolução de problemas.”
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O Papa encerrou a mensagem pedindo cooperação internacional entre governos, instituições e profissionais da saúde para garantir que os avanços tecnológicos sirvam ao bem comum e protejam a dignidade humana.
“A medicina e a tecnologia devem caminhar juntas, mas sempre com o compromisso de proteger a dignidade de cada pessoa.”
O Pontífice concluiu expressando sua oração pelos participantes e desejando que o congresso produza “abundantes frutos” em prol de uma medicina mais humana e solidária.
*Com informações do Vatican News






